O tema da empatia em Edith Stein
Resumo
O presente trabalho tem por objetivo descrever, desde uma perspectiva steiniana, sobre o tema da empatia, como elemento constituidor da singularidade da pessoa humana nas relações que estabelecemos subjetiva e intersubjetivamente com o outro. A discussão de fundo consiste em apresentar como Edith Stein posiciona-se filosoficamente na busca da essência do tema da empatia e quais são as perspectivas que se abrem desde sua investigação. Nesse sentido, ressaltam-se os questionamentos e os apontamentos sobre o tema da empatia de seu mestre, Edmund Husserl, bem como as confrontações com as outras vivências similares levantadas por outros filósofos, como por exemplo: Theodor Lipps e Max Scheler. Edith Stein coloca-se em confronto teórico com a tradição fenomenológica, na busca de descrever a essência dos atos de empatia e afirma a importância desta vivência, como elemento constituidor da singularidade da pessoa humana. Desenvolvemos nossa pesquisa, fundamentada pelo método fenomenológico e por pesquisa bibliográfica, da qual, destaca-se a obra de Edith Stein, Sobre o problema da empatia (Zum problem der Einfühlung) e Ideias II , de Edmund Husserl. A estruturação da dissertação foi dividida em três partes intrinsecamente interligadas, das quais destacamos: No primeiro momento, descrevemos sobre o tema da empatia de Edmund Husserl, onde apresentamos o seu posicionamento fenomenológico sobre o tema e alguns desdobramentos que a sua reflexão permitiu. Nosso objetivo principal nesse momento, é apresentar a base de investigação, pela qual Stein seguiu. O segundo momento apresenta o tema da empatia em sua essência, segundo Stein. Neste sentido, elencamos os principais conceitos e embates filosóficos que Stein se propõe a fazer, mostrando como resultado o caráter genuíno da empatia e suas condições de efetivação. Já no terceiro momento, discutimos sobre o ato de empatizar. Nossa intenção tem como finalidade apresentar a empatia como vivência constituidora da singularidade da pessoa humana e da afirmação dos valores pessoais e alheios em suas relações. Contudo, afirmamos que, em nossas relações existe a possibilidade de uma troca recíproca de conhecimento e dos valores pessoais ou constituídos pela nossa comunidade, que garantem a dignidade da nossa própria existência. Essa reciprocidade é qualificada pela vivência da empatia que nos possibilita colocar-se deste outro‟ ponto de vista (aquele originário do outro‟) e descobrir valores até então desconhecidos.