Sorte moral e responsabilidade
Fecha
2015-04-28Metadatos
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No presente trabalho, buscamos elucidar as relações entre o problema da sorte moral e nossas atribuições de responsabilidade. O problema da sorte moral emerge a partir de duas dimensões da vida humana. Por um lado, somos seres autônomos e racionais, temos o controle sobre nossas ações e somos agentes morais. Por outro, somos vulneráveis a toda espécie de contingência externa que elimina o controle total que temos de nossas ações e de seus resultados. A contingência, também, tem um peso significativo na formação de nosso caráter e personalidade. Por isso, o problema da sorte moral assume importância real: como podemos atribuir responsabilidade aos agentes, visto que muito do que configura uma ação moral são elementos contingentes? Elaboramos esta pesquisa a partir dos artigos Moral luck de Bernard Williams e Thomas Nagel. Williams, em seu artigo, busca mostrar que a moralidade, como a concebemos, mostra-se distante de nossas avaliações morais. Williams introduz o papel do arrependimento e reconhece a necessidade de entendermos a justificação moral como retrospectiva. Nagel, por sua vez, encontra no princípio do controle o centro do problema da sorte moral. Na tentativa de entender como atribuímos responsabilidade a uma agente por coisas além de seu controle, Nagel define quatro meios pelos quais a sorte influencia nossos juízos morais e elenca os tipos de sorte moral: sorte resultante, circunstancial, constitutiva e causal. Por fim, procuramos as críticas pertinentes ao problema da sorte moral e responsabilidade, as quais neguem ou aceitem a influência da sorte na responsabilidade moral, indo do argumento epistêmico e os postulados de Zimmerman à crítica da agência pura de Walker e as considerações strawsonianas de Otsuka sobre as atitudes reativas.