Índice de anomalia de chuva (IAC) dos municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas estiagens no período de 1991 a 2012
Resumo
O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo analisar as relações entre os municípios do Estado do Rio Grande do Sul afetados pelas estiagens de acordo com os decretos de situação de emergência e o Índice de Anomalia de Chuva (IAC) no período de 1991 a 2012. A metodologia consistiu na análise de dados de precipitação pluviométrica adquiridos junto ao site HidroWeb da Agência Nacional das Águas (ANA) e no site do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) utilizando o Índice de Anomalia de Chuva (IAC) desenvolvido por Rooy (1965) e dados de decretos de situação de emergência oriundos da Defesa Civil-RS. Os dados foram avaliados visando à identificação dos municípios afetados pelas estiagens e a caracterização destes considerando as ocorrências de anomalias negativas de precipitação de acordo com o IAC. Com a utilização dos dados do IAC, foram verificados, os períodos de duração, intensidades e frequências dos eventos de estiagem por município. Os decretos de situação de emergência foram avaliados de forma a verificar o número total de decretos registrados no Estado, e em cada município. Por fim, realizou-se a análise integrada das variáveis, para determinar o período de duração e intensidade das estiagens por decretos de situação de emergência emitidos pelos municípios do Estado no período de análise. Os resultados mostraram, que a maioria dos decretos de situação de emergência avaliados foram registrados após três meses consecutivos de estiagem com intensidades variando de suave a moderada, e que os eventos de estiagem de acordo com o IAC ocorreram em sua maioria no setor Oeste do Estado, principalmente nas estações do verão, outono e inverno. Ademais, foram observados na segunda metade do período de análise, um maior número de meses com estiagem por município, maiores percentuais de áreas afetadas por anomalias negativas de precipitação, índices de anomalia de chuva anuais negativos em sua maioria, além de um maior número de decretos de situação de emergência registrados, o que indica uma tendência de diminuição das precipitações pluviométricas no Estado do Rio Grande do Sul na última década do período de análise.