A hipertensão arterial sistêmica no município de Santa Maria, RS, sob a ótica do geoprocessamento
Date
2012-12-20Metadata
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As alterações demográficas e epidemiológicas fizeram das Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (DCNT), as principais causas de morte no Brasil e no mundo, o que veio a
originar sérios problemas de saúde pública, à medida que afetam a qualidade de vida de
milhões de pessoas, além do grande impacto econômico para as famílias e a sociedade.
Dentre as referidas enfermidades, destacam-se as Doenças Cardiovasculares (DCV), onde
a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada o principal fator de risco. Nesse
sentido, este estudo documental com coleta de dados secundários do tipo descritivo,
retrospectivo, probabilístico, se propôs a espacializar a HAS e seus fatores de risco no
município de Santa Maria, RS, bem como verificar a prevalência dos fatores de risco da
doença e caracterizar o perfil sociodemográfico e sanitário dos hipertensos. A população de
interesse foram os indivíduos portadores de hipertensão assistidos pelas Estratégias de
Saúde da Família (ESF), do município de Santa Maria, no período de janeiro de 2002 a
dezembro de 2009. A distribuição amostral foi estratificada e a forma de selecionar os
hipertensos para compor a amostra aconteceu de forma aleatória, a partir de dez equipes de
ESF, as quais somavam aproximadamente 2600 usuários portadores de hipertensão,
naquele período, resultando em 336 indivíduos hipertensos. As fontes de pesquisa utilizadas
referentes às variáveis do estudo foram o sistema HIPERDIA e os dados consolidados do
Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB), correspondentes às Fichas A . Foram
analisadas as variáveis sociodemográficas, os fatores de risco para hipertensão, presença
de complicações e as condições de moradia e saneamento. Para análise numérica
percentual dos dados, utilizou-se a estatística descritiva. Os resultados foram apresentados
em tabelas, gráficos e espacializados, geograficamente, no aplicativo Arcgis 9.3. Estes
revelaram que a maioria dos hipertensos é do sexo feminino (68%) e 31,9% são do sexo
masculino, têm idade entre 55 e 64 anos, são da raça branca, com baixa escolaridade e
vivem com companheiro e filhos. Os antecedentes familiares foram mais frequentes nos
usuários da ESF Arroio do Só (AS), Bela União (BU) e Parque Pinheiro (PP). O tabagismo
destacou-se nas equipes da zona rural (AS e Santo Antão). O sedentarismo acomete, de
forma mais significativa, os usuários da BU. Nos usuários da PP e São José (SJ), a
frequência de obesidade foi mais elevada. Portanto, as ações de prevenção e promoção da
saúde precisam ser voltadas para grupos específicos, inclusive dentro de uma mesma área
adscrita, pois nem todos os hipertensos apresentam as mesmas características.