Análise espacial da mortalidade de idoso no município de Santa Maria - RS
Resumo
Nas últimas décadas, a população brasileira ensaia uma longevidade de países desenvolvidos, mas, por outro lado, ainda persiste a carência de informação sobre como e do que se morre nas idades avançadas. Entretanto, a qualidade da informação de óbitos sofre de dois problemas recorrentes: sub-registro das mortes e falhas no preenchimento adequado das Declarações de Óbito (MATHIAS et al., 2005). Essa situação é ainda mais grave para a população idosa. Todos esses fenômenos causaram um grande impacto na estrutura etária dos óbitos. Dentro desse contexto, a municipalização do sistema de saúde trouxe mudanças grandes e significativas nos sistemas de informação, tanto em sua operacionalização como em seu tratamento. Os municípios são as bases de produção da maioria das informações hoje utilizadas por todos os níveis de gestão do SUS (Sistema Único de Saúde), uma vez que todas as fontes na produção de dados estão no município: Unidades de Saúde base de dados de produção, capacidade física, morbidade, mortalidade; Cartórios; Conselhos de Saúde. O Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) que tem características específicas de coletar dados sobre óbitos e tem abrangência nacional, fornece informações sobre o perfil de mortalidade nos diferentes níveis do SUS, o documento padrão para entrada de dados é a Declaração de Óbito (DO), fazendo com que os dados sejam mais precisos, confiáveis e concretos, o que permite detectar e acompanhar epidemias e tendências ou situações de risco, possibilitando gerar medidas quantitativas sobre um determinado agravo e a velocidade de crescimento de determinado evento, bem como avaliar a eficácia das ações de controle, prevenção, tratamento e educação em saúde. Neste caso optou-se, por uma pesquisa prática, em que a preocupação fundamental é deixar claras as informações coletadas, analisadas e fundamentadas, com objetivo de estudar as principais variáveis de morte de idosos acima do 60 anos de idade, no período de 2009 a 2010, no município de Santa Maria, que está localizado na região central do Estado do Rio Grande do Sul, com aproximadamente 261.031 habitantes (IBGE 2010). No presente estudo foi feita a coleta dos dados no Sistema de Informação de Morte (SIM), em nível local (no município) junto à vigilância sanitária epidemiológica onde são processados esses dados, obteve-se a autorização do comitê científico da Secretaria de Saúde do Município de Santa Maria e a aprovação do Comitê de Ética da UFSM, foram quantificados os dados das causas de morte em idosos conforme o fornecimento de informações disponibilizadas pelo sistema, tendo a preocupação de que cada informação coletada represente um dado importante, verídico e atual das principais causas de morte de idosos acima dos 60 anos de idade dentro do município e, posteriormente, foram analisados todos os dados encontrados, elaborando-se tabelas, quadros e mapas temáticos utilizando software ArcView 9.3, agrupando os endereços residenciais por Regiões Sanitárias conforme determinação da Secretaria Municipal de Saúde. Após o término desse levantamento, conclui-se, a vulnerabilidade da população de Santa Maria acima dos 60 anos às doenças crônico-degenerativas envolvendo principalmente o aparelho circulatório com as seguintes doenças: doenças cerebrovasculares especificadas, acidente vascular cerebral e doença cardíaca hipertensiva com insuficiência cardíaca congestiva, chamando a atenção para a ênfase nos programas de saúde preventiva como um dos mecanismos capazes de suportar a demanda de idosos no município. A representação espacial das RA, seus bairros e Unidades Básicas de Saúde apresentou um panorama da necessidade de cuidado a pessoas com mais de 60 anos por área específica, justificando o planejamento de ações e tomadas de decisões especificas para cada RA, individualizando quanto às necessidade e à forma de atingir com sucesso a população, de acordo com territórios específicos e não de forma generalizada. Este tipo de pesquisa poderá servir de apoio para os profissionais da saúde para o planejamento de ações à saúde dos idosos.