Movimento estudantil e ditadura civil-militar em Santa Maria (1964-1968)
Fecha
2013-02-04Metadatos
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Este trabalho investiga a ação e organização do Movimento Estudantil em Santa Maria, entre 1964 e 1968. Considera-se, sobretudo, a heterogeneidade desse movimento, entendendo-o como espaço de disputa entre diferentes projetos. Assim, no contexto da Ditadura Civil-Militar, os estudantes se dividiram entre apoios e resistências. Procura-se expressar essa diversidade a partir da Cidade de Santa Maria e, dessa forma, questionar as afirmações mais genéricas da imprensa e de parte da historiografia de que o Movimento Estudantil seria homogeneamente de esquerda ou de que haveria uma essência revolucionária entre os estudantes. Partindo de entrevistas com militantes, pesquisa em jornais, atas de conselhos, entre outras fontes, mostra-se a atuação tanto de grupos críticos à Ditadura quanto dos que deram suporte ou foram simpáticos a ela. São analisadas as disputas eleitorais nas duas principais entidades estudantis da Cidade, a União Santamariense dos Estudantes (USE) e o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (DCE-UFSM), e a ação de organizações como o Grupo da Vanguarda Cultural (GVC) e o Movimento Decisão. Essa divisão é, como se procura demonstrar nessa pesquisa, bastante perceptível em Santa Maria, não sendo, no entanto, restrita à Cidade. As tentativas de articulação, tanto das esquerdas quanto das direitas, indicam que as disputas se estendiam ao conjunto do Movimento Estudantil no Rio Grande do Sul e, em diferentes graus, a todo o Brasil. O recorte temporal estabelecido nesse trabalho inicia-se com o Golpe de 1º de abril de 1964, que dá início à Ditadura Civil-Militar, e encerra-se com o Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, que modifica a dinâmica das disputas entre os estudantes.