Mulheres chefes de família num contexto beligerante: atuações femininas durante os conflitos fronteiriços na banda oriental (Rio Pardo 1811 a 1828)
Abstract
Essa pesquisa analisa as relações sociais no âmbito da família existentes no Rio Grande do Sul, então Capitania e a seguir província do Rio Grande de São Pedro, a partir da localidade de Rio Pardo, com enfoque à situação feminina durante as campanhas militares na Banda Oriental (1811- 1828). As guerras de fronteira, típicas de nosso espaço de estudo, e que contribuíram para a formação/consolidação do espaço sul-rio-grandense, influíam nas formações familiares, devido às estratégias e alianças estabelecidas e às constantes mobilizações militares dos efetivos masculinos, que colocavam as mulheres desempenhando papéis que usualmente seriam destinados aos componentes masculinos das famílias. Através da consulta de bibliografias e dos fundos Requerimentos e Autoridades Militares do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (AHRS), correspondências, requerimentos, ofícios, recibos da Câmara Municipal de Rio Pardo (AHMRP), de documentos da Coleção Varella e de relatos de viajantes, verificamos, de maneira qualitativa, como o contexto de fronteira e guerra influenciou as famílias da região. Inferimos que a conjuntura de guerra não permitia a acomodação dos membros familiares aos papéis sociais tradicionais, uma vez que a ausência dos homens em virtude dos conflitos obrigava as mulheres a exercer suas funções. Este trabalho foi realizado com o financiamento da bolsa Reuni/Capes e fez parte da linha de pesquisa Integração, Política e Fronteira.