Ações de saúde pública em Santa Maria/RS na segunda metade do século XIX
Resumo
A fim de debater sobre as relações de poder e saúde em Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, durante a segunda metade do século XIX, propõe-se uma discussão a respeito das práticas profissionais dos responsáveis tanto pela administração municipal, quanto pela saúde da população e dos espaços, através da figura dos padres, vereadores e médicos. Com o objetivo de compreender como se deu o processo de formação da saúde pública em Santa Maria, baseia-se nos estudos elaborados por Gilberto Hochman (1998) e Dorothy Porter (2001). A metodologia de análise utilizada inspira-se na redução de escalas, através da compreensão de que este trabalho não se trata de uma história local, mas de um olhar em escala reduzida para questões que estavam ocorrendo no interior do Rio Grande do Sul, mas que podem suscitar questões para análises mais gerais. Procura-se compreender, de maneira mais apurada, como se deu o processo de publicização da saúde no Brasil, através do aumento do poder de intervenção do Estado nos espaços urbanos, visando melhorar suas condições higiênicas. Como fontes, foram utilizados, sobretudo: registros de óbitos do Cemitério Municipal e da Igreja; atas da Câmara Municipal; correspondências e relatórios dos Presidentes da Província do Rio Grande do Sul. Esta pesquisa, a qual foi financiada pela CAPES, está vinculada à área de concentração do Programa de Pós-Graduação em História História, poder e cultura e inserida na linha de pesquisa Migrações e Trabalho , na qual analisa-se tanto as formas de organização material do espaço urbano, quanto às preocupações no que se refere à saúde e higiene durante a segunda metade do século XIX.