As metáforas zoomórficas na Revista Capricho
Abstract
Estudos recentes sugerem que a metáfora não deva ser considerada um recurso
da imaginação poética apenas ou um ornamento retórico, pois está presente
em nossa vida cotidiana, não somente na linguagem, mas no pensamento e na
ação. Esta pesquisa busca salientar a pertinência das metáforas zoomórficas
encontradas nos exemplares da revista Capricho, como elementos que
comprovam e propagam a desqualificação do sujeito feminino. Para esse
estudo, partiu-se das seguintes hipóteses: 1) as metáforas zoomórficas
representam formas de cerceamento da sexualidade feminina; 2) qualificações
metafóricas dessa natureza são vivenciadas corporeamente; 3) visões
preconceituosas e estereótipos são reforçados pela mídia quando essas
metáforas são utilizadas; 4) a propagação de metáforas zoomórficas encontrase
relacionada ao caráter disciplinar que recai sobre corpos e mentes.
Acredita-se, com isso, contribuir para a explicitação de como as
representações sociais são repletidas e perpetuadas através da linguagem, bem
como favorecer a visão crítica dos que escolhem a revista como objeto de
leitura.Buscaram-se subsídios, no âmbito dos Estudos de gênero em autores
como, Almeida (2002), Louro (1995; 1998), Pires (2002), Scott (1995), Strey
(1998; 1999), entre outros. Abordando a questão do poder busca-se respaldo,
basicamente, nas formulações de Foucault (2002; 2001). Para o estudo sobre
as metáforas, em Lakoff & Johnson (2002).