A representação da(s) identidade(s), na alta modernidade, em A vendedora de fósforos
Fecha
2015-02-06Metadatos
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Este trabalho tem como proposta analisar o romance A vendedora de Fósforos com o objetivo de identificar alguns recursos literários que podem ser representativos das identidades pessoais do período histórico conhecido como alta modernidade, considerando-se que o livro traz, em sua composição, uma miscelânea de vozes narrativas cambiantes, um construto de personagens complexo devido à obscuridade de suas identidades (discursivas e pessoais), uma história que traz claramente, em sua composição, o processo de criação e descobrimento da autoidentidade e uma organização temporal da narração sem fidelidade à ordem cronológica. Nesse sentido, analisar-se-ão os recursos literários e estilísticos utilizados pela autora na construção das personagens e narradora(s) e como este processo pode estar representando as narrativas identitárias pessoais do sujeito da alta modernidade e que identidades são essas; da mesma forma, será examinado o grande dilema formal do romance, que é a questão das vozes e focos narrativos (entrelaçados), objetivando inferir como esse dinamismo estrutural está representando as identidades da alta modernidade. Para isso, serão utilizados os princípios da narratologia entrecruzados com as teorias da sociologia acerca dessas categorias teóricas. O enredamento que resulta da (con)fusão das vozes que aparentemente alternam-se no texto leva a acreditar que existem duas narradoras. Ao longo da análise, no entanto, percebe-se que uma das vozes (a da irmã mais nova) é apenas uma voz de ventríloquo, uma construção da real narradora (a irmã mais velha), que representa de forma significativa o amálgama e espelhamento mútuo das identidades das duas, tanto discursivas (quem é, afinal, a narradora, ou seriam ambas?) quanto como personagens (quem são, efetivamente, essas irmãs na ficção?).