Liberdade e opressão em De amor y de sombra e Uma varanda sobre o silêncio
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2015-11-26Metadatos
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A partir de 1964 e de 1973, a ditadura civil-militar implantou-se no Brasil e no Chile, respectivamente, em consequência ao enfrentamento entre os pólos do poder, instaurados no mundo com o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e o início da Guerra Fria (1945-1991). O autoritarismo, segundo Umbach (2012), consiste em um regime político no qual o estado controla a sociedade, manipulando sua participação política e estreitando as possibilidades de mobilização social. Pretendemos analisar, no presente estudo, os contextos sociopolíticos das obras De amor y de Sombra, escrita por Isabel Allende (1942), e Uma varanda sobre o silêncio, escrita por Josué Montello (1917-2006), ambas, em 1984. Em ambos os enredos, as personagens centrais envolvem-se, direta ou indiretamente, com a ditadura militar e suas consequências. Objetivamos refletir, com base no estudo das personagens centrais dos romances, sobre a relação da mulher com o autoritarismo e sobre o servilismo da condição social outorgada pela sociedade androcêntrica e patriarcal à mulher. A sociedade conservadora vem considerando, tradicionalmente, a procriação e a maternidade como os principais papéis sociais femininos, responsáveis pela integração da mulher no mundo social (SWAIN, 2007). Consideramos as influências dos temas mencionados, em relação à Literatura, compreendida como um meio de transformação social. A metodologia empregada no presente estudo será a análise comparativa dos romances anteriormente referidos, bem como a recorrência às pesquisas, relacionadas aos temas propostos, de Beauvoir (2009), Muraro (1995) e Swain (2007). Os resultados demonstrarão que a composição da personagem feminina, ao ser analisada sob diferentes vieses, varia em relação ao gênero da autoria. As considerações finais deste estudo apontarão para os prenúncios de novos tempos, em que mulheres abandonam os padrões convencionais de normalidade a que estavam acostumadas, revelando, então, ao mundo, maneiras distintas de encarar uma sociedade conservadora, cujas forças políticas, muitas vezes, eram superiores ao amor.