A sobrevida de Graciliano Ramos e Ricardo Reis nas ficções de Silviano Santiago e José Saramago
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2016-02-26Metadatos
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O trabalho aqui apresentado tem como objetivo investigar, comparativamente, duas obras literárias
contemporâneas, sendo essas Em liberdade (1994), do escritor brasileiro Silviano Santiago, e O ano
da morte de Ricardo Reis (2001), do escritor português José Saramago. A análise tem como foco,
principalmente, a elucidação de como se dá a figuração de ambos os protagonistas, respectivamente,
Graciliano Ramos e Ricardo Reis (heterônimo do poeta Fernando Pessoa), e como tal modo serve
para alimentar a sobrevida dessas figuras históricas da literatura de cada país. Para isso, realizamos
o estudo individual de cada romance, especialmente do narrador e do protagonista, e a posterior
comparação de suas figurações, no intuito de rastrear aproximações e afastamentos temáticos que
facilitem entender o formato humano de cada protagonista, se permanecem igual durante todo o
enredo, bem como, a partir disso, pensar a relação crítica da literatura com o contexto histórico-social.
Nesse sentido, foi importante atentar para as perspectivas que aparecem e se relacionam na
narrativa, interligadas às vozes dos narradores e dos personagens, e contribuem para a construção e
a problematização da identidade de cada protagonista. Por meio da análise comparativa das
trajetórias de Reis e Ramos, fundamentadas pelas teorias acerca do dialogismo, focalização,
perspectivas e figuração dos personagens, dos pesquisadores Mikhail Bakhtin, Gérard Genette,
Ansgar Nüning e Carlos Reis, respectivamente, podemos traçar quem são esses protagonistas as
suas maneiras de conviver com os outros e se posicionar diante do mundo, compreendemos melhor,
enfim, as implicações temáticas de cada produção romanesca em conexão com seus contextos
históricos e literários.