Esteróides no controle da regressão de folículos de diferentes diâmetros para uso em sistemas de inseminação artificial em tempo fixo de vacas de corte no pós-parto
Resumo
A associação de progestágenos ao benzoato de estradiol (BE) tornou-se o tratamento mais utilizado para indução de estro em vacas de corte. No entanto, os programas que utilizam esta associação hormonal ainda precisam ser aperfeiçoados, buscando aumentar as taxas de prenhez e facilitar o manejo. Dois experimentos foram delineados com este intuito: o primeiro determinou se a capacidade da associação progestágeno-estradiol em induzir a regressão folicular é dependente da fase de crescimento folicular no momento do tratamento. Para isso, avaliou-se a dinâmica folicular de 36
vacas amamentando, que receberam 3 tratamentos com progestágenos associados ao BE antes (folículos de 5-7mm), durante (8-10mm) ou depois (>10mm) do momento esperado da divergência folicular. Foi observado que todas as fêmeas tratadas apresentaram regressão dos maiores folículos,
concluindo-se que independentemente do tamanho folicular, vacas com folículos em crescimento apresentam respostas semelhantes quando tratadas com progestágenos associados ao BE. O segundo experimento objetivou comparar dois protocolos de indução de estro para vacas no período pós-parto, utilizando hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) e inseminação artificial (IA) em dois dias ou BE e inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Para isso, foram utilizadas 250 vacas, amamentado, que receberam um pessário vaginal, contendo 250mg de acetato de medroxi-progesterona (MAP) e
uma injeção intramuscular (IM) de 5mg de BE no dia 0 (início do tratamento). O pessário vaginal permaneceu por sete dias. No dia 6, foram aplicadas 400UI de gonadotrofina coriônica eqüina por via IM e 5mg de Dinoprost na submucosa vulvar, realizando nesse momento o início do desmame por 96
h. Após a retirada dos pessários (dia 7), as vacas foram distribuídas em dois grupos. No grupo BioRep (n=150), as fêmeas foram observadas duas vezes por dia para detecção de estro por 48h e IA 12h após sua manifestação. Os animais que não foram detectados em estro nesse período receberam uma injeção IM de 100μg de GnRH, sendo IATF, nas 16 às 18h seguintes. No grupo BE (n=100), as vacas receberam uma injeção de 1mg de BE IM no dia 8 (24h após a retirada do MAP) e foram IATF no dia 9 (54h após a retirada do MAP). O diagnóstico de gestação foi realizado por exame ultra-sonográfico 40 dias após IA. A percentagem de prenhez no grupo BioRep (54,7%) foi maior (p<0,01) do que no grupo BE (33,3%). Sendo assim, a fim de obter melhores taxas de prenhez, os protocolos de indução de estro de eleição para o período pós-parto poderão empregar observação de estro por dois dias e utilização de IATF com GnRH ao contrário de BE associado exclusivamente a IATF.