Efeito da diacereína sobre a febre induzida por suspensão de Saccharomyces cerevisiae e por prostaglandina e2 em ratos jovens
Resumo
A febre é uma resposta sistêmica que resulta de uma cascata de eventos que inicia, geralmante, com infecção patogênica. Seu desenvolvimento representa um importante aspecto de defesa do hospedeiro, que é mediado pelo sistema nervoso central. No entanto, medicações antipiréticas são rotineiramente prescritas porque a febre está associada com desconforto e ansiedade, além de representar um risco iminente de convulsões febris. O presente estudo objetivou investigar o efeito da administração subcutânea de diacereína sobre a temperatura retal e sobre a febre induzida por suspensão de Saccharomyces cerevisiae (fermento de padeiro) e por prostaglandina-E2 em ratos machos jovens da linhagem Wistar (28 30 dias). A administração subcutânea de diacereína (5mg/kg) não alterou a temperatura retal dos animais, ao longo das medidas. Esta dose atenuou a resposta febril induzida por fermento de pão, no entanto não reverteu a febre induzida pela administração intratecal de prostaglandina-E2. Além disso, diacereína (5mg/kg, s.c.) prolongou a latência para o início da febre induzida por fermento de padeiro, mas não preveniu a sua instalação. Interessantemente, a diacereína inibiu o aumento da migração leucocitária que ocorreu no grupo controle, após a administração intraperitoneal de fermento de padeiro. Estes dados sugerem que a diacereína exerce um fraco efeito antipirético, o qual pode ocorrer através da inibição da síntese de citocinas pró-inflamatórias. Porém, mais estudos são necessários para elucidar o mecanismo preciso da ação antipirética da diacereína.