Avaliação do desempenho de iluminação natural no protótipo de casa popular eficiente da UFSM
Resumo
A população brasileira presenciou uma facilidade de concessão de crédito
para a construção civil até pouco tempo, em virtude do programa Minha Casa Minha
Vida. Em contraponto a esta demanda de habitações populares, pairam técnicas
construtivas defasadas, no que se refere à qualidade do ambiente construído e a
eficiência energética das novas edificações. Neste sentido, em dezembro de 2013,
foi inaugurado um protótipo de casa sustentável, no Centro de Eventos da
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), desenvolvido a partir do projeto Casa
Popular Eficiente, numa parceria entre duas instituições, a UFSM e a Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA). Esta dissertação surgiu com o intuito de avaliar o
desempenho lumínico deste protótipo. Através do método do papel branco, foram
realizadas medições com luxímetro portátil em 260 pontos de iluminância refletida
para a obtenção das refletâncias das superfícies internas da edificação. Foi utilizado
o programa Rhinoceros com o plugin Diva instalado em seu ambiente. Aplicando-se
1.240 sensores virtualmente no interior do protótipo, foram avaliados parâmetros
dinâmicos do comportamento da iluminação natural, submetendo-o a testes de
desempenho baseados em indicadores da NBR 15.575-1 e da IESNA. O protótipo
foi avaliado também pelos métodos prescritivo e de simulação, para iluminação
natural do RTQ-R. Foram realizadas simulações com a alteração de níveis de
refletâncias de algumas superfícies do protótipo. Os principais resultados obtidos
foram que o protótipo atende dinamicamente os requisitos mínimo, intermediário e
superior de iluminâncias de iluminação natural da NBR 15.575-1, nas avaliações
pelo RTQ-R todos os ambientes de permanência prolongada e a cozinha / área de
serviço atendem dinamicamente aos requisitos de simulação, bem como, ao teste
prescritivo de profundidade de ambientes com iluminação natural proveniente de
aberturas laterais, porém, o protótipo não atinge o nível mínimo de 60% de
refletância do teto e apenas a cozinha / área de serviço atende ao mínimo de 12,5%
da área do piso destinado às aberturas para o acesso de iluminação natural no
interior do protótipo. De maneira geral o PCPE obteve bom resultado nas avaliações
de desempenho da iluminação natural, entretanto, o dimensionamento compacto
que o mesmo apresenta por se tratar de uma habitação de interesse social (HIS), e
a presença de baixos índices de refletâncias nas suas superfícies internas,
demonstra a possibilidade de aperfeiçoamento nos critérios estabelecidos pelas
normas brasileiras direcionadas à iluminação natural.
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