Mundo acelerado, crianças aceleradas: sem tempo de brincar e se-movimentar
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Data
2017-02-16Primeiro membro da banca
Carlan, Paulo
Segundo membro da banca
Sawitzki, Rosalvo
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Mostrar registro completoResumo
No decorrer da história da humanidade a criança assumiu as mais diversas concepções, ficando a mercê dos julgamentos impostos pelo contexto histórico e socioeconômico no qual estava imersa. Até o século XVII não existia uma definição específica para a criança, e nada os diferenciava dos adultos. Durante a Revolução Industrial, novos paradigmas sociais e econômicos surgiram, um mundo cada vez mais acelerado, focado em eficiência e produtividade. Durante esse período a criança era vista como uma força de trabalho barata, não existia nenhuma preocupação quanto ao seu desenvolvimento, pois era percebida como um adulto em miniatura. Durante o século XVIII, influenciada pelo catolicismo cristão e pela educação escolar a sociedade passa a observar a criança como um ser especial e a distinção em relação ao adulto desponta, marcando o início da percepção moderna da criança, que culminou no surgimento de mecanismos legais que buscaram garantir à criança a possibilidade de vivenciar sua infância. No entanto, apesar das mudanças dos paradigmas da infância, a sociedade atual ainda está imersa nos preceitos socioeconômicos da produtividade, que está diretamente ligada ao máximo aproveitamento do tempo. Por essa razão a criança tem sua infância comprometida novamente, pois os pais, na intenção de preparar seus filhos para o mundo, acabam preenchendo cada vez mais o tempo das crianças com atividades voltadas à produtividade, sem perceber que estão tomando o seu tempo de ser criança, de brincar, de conhecer o mundo de forma natural e ao seu tempo. Este estudo de características teóricas tem por objetivo propor uma reflexão a cerca da percepção acelerada do tempo, da produtividade e padronização social, desafios impostos ao mundo do adulto e que, consequentemente, interferem no mundo da criança. A palavra criança remete a ação do brincar, considerado natural do ser humano e a principal possibilidade de comunicação na infância, por meio dele a criança é capaz de compreender, se apropriar e interagir com o mundo que a rodeia, contudo, devido aos novos modos de vida assumidos na atual sociedade, a busca incessante por resultados se sobrepõe muitas vezes a vivência desta fase, onde o brincar livre e espontâneo está sendo “sufocado” por afazeres estritamente utilitaristas, frente a isto o sentido atribuído à criança se restringe a seres manipuláveis e aprendizes, guiando-as para o futuro, abdicando a vivência do presente.
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