Uma tese-formação? Mística, fraternuras e utopias da humana docência freireana
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Data
2021-10-15Primeiro membro da banca
Abrahão, Maria Helena Menna Barreto
Segundo membro da banca
Zitkoski, Jaime José
Terceiro membro da banca
Dalla Corte, Marilene Gabriel
Quarto membro da banca
Maraschin, Mariglei Severo
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese de doutorado insere-se na Linha de Pesquisa-Docência, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Através e com esta investigação, buscamos compreender e re-significar com os professores de outros professores, coauto(trans)formação, suas práxis e memórias tendo a mística, as utopias e as fraternuras como possíveis potencializadoras para ação-reflexão-ação. Assim, tensionamos responder ao seguinte problema de pesquisa: quais as manifestações dos professores coauto(trans)formadores ao reconhecerem a mística, as utopias e as fraternuras da humana docência freireana com uma tese-formação? Metodologicamente, este estudo fundamenta-se em uma abordagem qualitativa do tipo pesquisa-auto(trans)formação, em que os coautores são as pessoas da e na pesquisa, constituindo-se, assim, a ruptura da dicotomia sujeito-objeto. A abordagem político-metodológica estará inserida em três perspectivas, a primeira a “não coisificação” tanto da pesquisa como das pessoas; a segunda confere a palavra como promotora de possibilidades e a terceira perspectiva, a interpretação hermenêutica em que o diálogo-problematizador instaura novas constituições interpretativas. O constructo da pesquisa se deu por meio dos Círculos Dialógicos Investigativo-auto(trans)formativos realizados de forma virtual. Realizamos oito (8) encontros em que os coautores, o professor Balduíno Antonio Andreola, três (3) de seus ex-orientandos de doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul nos idos dos anos 2000-2002 e, ainda, o orientador-participante e a pesquisadora-coordenadora foram as pessoas de e na pesquisa. Os coautores, atualmente, ou estão aposentados ou orientaram-orientam outros professores nos programas de pós-graduação nas instituições em que atuam-atuavam. Os encontros se deram a fim de dialogar acerca de suas trajetórias formativas e a possível influência da mística e da utopia nas fraternuras da humana docência freireana, tendo a própria participação na pesquisa e, portanto, na tese como processualidades formativas. Os Círculos de Cultura (FREIRE, 2017) e a Pesquisa-formação (JOSSO 2004, 2010) são os inspiradores dos Círculos Dialógicos Investigativo-auto(trans)formativos, proposta em que o grupo Dialogus: educação, formação e humanização com Paulo Freire (UFSM), busca uma reinvenção político-metodológica. As epistemologias desta pesquisa tiveram como aporte central as reflexões de Paulo Freire em diálogo com outros autores, a fim de se aprofundar nas temáticas de educação, docência, práxis, mística, utopia e fraternura. O resgate conceitual se deu com autores e autoras cujos diálogos se fizeram não só possíveis como profícuos; Boal (2014), Gadamer (2000, 2015), Josso (2004, 2010, 2016), Henz e Freitas (2015), Santos (2019, 2021), Andreola (2005, 2014, 2019), Boff (1999), Jesus (1992), Silveira (2017) e outros. A relevância acadêmica desta pesquisa se insere na perspectiva do diálogo que problematiza a práxis, a memória, os fenômenos que atuam na formação docente de professores coauto(trans)formadores e as influências da utopia e da mística nesta construção fraterna e carregada de ternura. Assim, dá-se a ação-reflexão-ação nas práxis de e para uma nova educação e um novo mundo possíveis em que as pessoas se reconhecem e se constituem em permanente processo de humanização. Os constructos de pesquisa possibilitaram a compreensão e interpretação dos fenômenos na perspectiva em que dez dimensões dialogaram na constituição tese-formação: bola de sabão, qualquerquasequando, grão de areia e equinócio, janela, jardim, amizades atuantes, a alegria e o riso, várzea, consciência planetária e ultimeiro. O Constructurário dialogado desta tese-formação desvelou que a humana docência freireana é feita com pessoas em engajamento sócio-afetivo-político com as fraternuras, reconhecendo-se na mística da com-gregação humana e em lutas encharcadas de utopias para um mundo, pela docência... em que “seja menos difícil amar” (FREIRE, 2017).
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