Vivência de cuidadores familiares enlutados de crianças e adolescentes que morreram por câncer
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Data
2021-12-13Primeiro coorientador
Cogo, Silvana Bastos
Primeiro membro da banca
Lima, Regina Aparecida Garcia de
Segundo membro da banca
Santos, Leidiene Ferreira dos
Terceiro membro da banca
Quintana, Alberto Manuel
Quarto membro da banca
Sehnem, Graciela Dutra
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Introdução: o adoecimento da criança e do adolescente por câncer pode ser doloroso tanto para eles quanto para seus cuidadores familiares. As perdas enfrentadas ao longo do processo de evolução da doença, até a morte estão relacionadas à sua dimensão física, emocional, cognitiva, social e espiritual. Assim, a construção de sentidos e significados atribuídos a essas perdas pelos cuidadores familiares é considerada fundamental no processo de elaboração do luto. Objetivos: compreender a vivência dos cuidadores familiares enlutados no adoecimento e na terminalidade de vida de crianças e adolescentes que morreram por câncer; compreender a vivência no luto dos cuidadores familiares de crianças e adolescentes que morreram por câncer. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória com análise qualitativa dos dados, norteada pela Teoria da Transição Psicossocial, Teoria etológica do apego e o Modelo do Processo Dual do Luto. Os dados foram analisados por meio da Análise Temática Indutiva (ATI). O local de seleção dos participantes foi um centro de tratamento de crianças e adolescentes com câncer de um hospital universitário do sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu entre os meses de agosto de 2018 e fevereiro de 2020, por meio de entrevistas semiestruturadas. Participaram deste estudo 8 cuidadores familiares de crianças e adolescentes que morreram por câncer. Os aspectos éticos foram respeitados de acordo a resolução 466/12, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Maria. Resultados: os resultados apontaram que a compreensão da vivência dos cuidadores familiares possibilitou constituir distintos significados atribuídos à temporalidade dos acontecimentos. As lembranças desencadearam diversos comportamentos e sentimentos que são experimentados cotidianamente. Na vivência dos cuidadores familiares no adoecimento, constatou-se o pesar vivido pela lembrança da trajetória dos momentos ruins, do sofrimento físico e emocional que a criança e o adolescente tiveram desde os primeiros sintomas manifestados, no diagnóstico tardio, nas mudanças e restrições em decorrência do tratamento causando impacto negativo significativo na criança e no adolescente. Na vivência da terminalidade de vida, percebeu-se diversos acontecimentos que foram considerados difíceis para os cuidadores familiares, pois, para eles, a criança e o adolescente tiveram sofrimento físico, psicossocial e emocional, que ocorreram com maior intensidade na doença avançada e no momento da morte. E na vivência do luto dos cuidadores familiares, compreendeu-se que as reações de pesar ocasionados pela perda da criança e do adolescente são proporcionais ao vínculo afetivo que os cuidadores mantinham com eles e tal rompimento deixou uma dor profunda e irreparável. Considerações finais: concluiu-se que a vivência dos cuidadores familiares enlutados no adoecimento, na terminalidade de vida e no luto de crianças e adolescentes que morreram por câncer é um fenômeno complexo que envolve sofrimento, lembranças e perda. Constatou-se a necessidade da implementação de cuidados paliativos desde o momento do diagnóstico do câncer seja ele curável ou não até o acompanhamento necessário no processo de luto.
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