Envolvimento do receptor TRPA1 na nocicepção e neuroinflamação observada em modelos de esclerose múltipla em camundongos
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Data
2022-05-03Primeiro membro da banca
Fernandes, Elizabeth Soares
Segundo membro da banca
Werner, Maria Fernanda de Paula
Terceiro membro da banca
Oliveira, Mauro Schneider
Quarto membro da banca
Nascimento, Patrícia Severo do
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A esclerose múltipla (EM) é uma doença desmielinizante do sistema nervoso central (SNC), sendo a dor neuropática e a dor de cabeça alterações sensoriais relevantes e de difícil manejo nos pacientes. A dor e a neuroinflamação nas diferentes formas clínicas da EM estão relacionadas com o estresse oxidativo e a infiltração de células inflamatórias no SNC. Estes produtos do estresse oxidativo poderiam ativar canais iônicos, como os receptores de potencial transitório anquirina 1 (TRPA1). O objetivo deste estudo foi identificar o papel do receptor TRPA1 na nocicepção e neuroinflamação observadas em modelos experimentais de EM. Para isso foram utilizados camundongos fêmeas C57BL/6 e camundongos com deleção gênica para o TRPA1 (25-30 g). Em ambos os modelos foram administrados o antígeno MOG35-55 (glicoproteína da mielina de oligodendrócito), e os adjuvantes Quil A e Completo de Freund (ACF) para os modelos de EM recorrente-remitente (EMRR) e EM progressiva (EMP), respectivamente. A nocicepção foi mensurada pelo teste de von Frey (alodinia mecânica, na região da pata e periorbital) e o teste de acetona (alodinia ao frio, na região da pata). Foram realizados os seguintes tratamentos: pregabalina, sumatriptana, olcegepant, antagonistas do TRPA1 (HC-030031 e A-967079), antioxidantes (ácido alfa-lipoico e apocinina) e oligonucleotídeo antissentido para o TRPA1 por via oral ou intratecal. Foram avaliados os níveis de agonistas endógenos do TRPA1 (peróxido de hidrogênio e 4-hidroxinonenal) e a atividade da NADPH oxidase e superóxido dismutase (SOD) na medula espinal, gânglio trigeminal e tronco encefálico. Diferentes marcadores de desmielinização, neuroinflamação e a expressão do TRPA1 foram também avaliados através da técnica de expressão gênica para o modelo de EMRR. Por imunoistoquímica foram avaliados os marcadores Iba-1, GFAP e OLIG-2 para os dois modelos. Como resultados, no modelo de EMRR, observou-se a presença de alodinia mecânica (pata traseira e região periorbital) e ao frio (pata traseira). A administração de pregabalina, sumatriptana, olgepant, antagonistas do TRPA1, antioxidantes e o oligonucleotideo antisentido do TRPA1 apresentaram efeito antinociceptivo no modelo EMRR. Foi observado o aumento dos níveis de peróxido de hidrogênio e 4-hidroxinonenal, e a atividade da NADPH oxidase na medula espinal e gânglio trigeminal. Houve uma atenuação da nocicepção nos animais com deleção dos canais TRPA1 induzidos aos modelos de EMRR e EMP. A deleção dos canais TRPA1 também foi capaz de atenuar o aumento dos marcadores Iba-1 e GFAP, bem como o OLIG-2 em animais induzidos aos dois modelos. Pela coloração fast blue observou-se uma prevenção nos animais nocautes para o TRPA1. Porém os animais nocautes para o TRPA1 não apresentaram atenuação nos escores clínicos após as duas induções. Portanto, esses resultados mostram o envolvimento do TRPA1 nos comportamentos de nocicepção e neuroinflamação nos dois modelos de EM.
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