Eficácia da auriculoterapia para redução da dor crônica na coluna vertebral em trabalhadores da saúde: ensaio clínico randomizado
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Data
2022-07-29Primeiro membro da banca
Luna, Carliuza Oriente
Segundo membro da banca
Moreira, Carlos Heitor Cunha
Terceiro membro da banca
Dalmolin, Graziele de Lima
Quarto membro da banca
Kurebayashi, Leonice Fumiko Sato
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O ambiente hospitalar apresenta diversos fatores de risco que podem influenciar na saúde dos trabalhadores de saúde. Entre os acometimentos à saúde, destaca-se a ocorrência de dor musculoesquelética (DME). A auriculoterapia pode ser uma importante estratégia para o alívio da dor. Objetivou avaliar a eficácia da auriculoterapia na redução da DME crônica na coluna vertebral de trabalhadores da saúde. Trata-se de um ensaio clínico randomizado triplo cego desenvolvido com trabalhadores da saúde de um hospital público do Sul do Brasil. Consideraram-se elegíveis os trabalhadores que apresentaram diagnóstico de dor na região da coluna vertebral, com no mínimo três meses e intensidade de 4 ou mais. Os dados foram coletados no período de março de 2021 a janeiro de 2022. Aplicaram-se oito sessões de auriculoterapia duas vezes por semana. Os participantes foram randomizados em dois grupos: grupo intervenção (GI), em que foram aplicadas sementes em pontos auriculares relacionados ao desfecho (n=34); e grupo controle (GC), com aplicação de sementes em pontos não relacionados ao desfecho (n=33). Realizaram-se quatro avaliações (1ª, 4ª e 8ª sessões e follow up) por meio da Escala Numérica de Dor (END), Inventário Breve de Dor, Questionário de Incapacidade Roland-Morris e SF-36. Os dados foram digitados no programa Epiinfo e analisados no PASW 18.0 for Windows. Realizou-se estatística descritiva e inferencial (análise por protocolo e por intenção de tratar). Estudo aprovado do Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer n. 3.897.861 e registrado na REBEC n. RBR-3jvmdn. Evidenciou-se que, no último ano, a DME prevaleceu nas regiões do pescoço (89,6%), ombros (86,6%), coluna lombar (86,6%) e coluna torácica (68,2%). A intensidade de dor teve mediana 7,00 (mín. 4 e máx. 10). Na avaliação pela END, os grupos apresentaram redução na intensidade da dor, no entanto não houve diferença estatística (p>0,05). No segmento follow up, houve redução estatística significativa de 34% da média do GI (3,32 ± 0,42) em relação ao GC (5,00 ± 0,43) (p=0,007). Na avaliação da qualidade de vida, a auriculoterapia mostrou-se efetiva no domínio vitalidade (p=0,012) entre o GI (1ª sessão 56,32 ± 2,66; follow up 64,21 ± 3,25) e o GC (1ª sessão 48,03 ± 2,70; follow up 55,64 ± 3,27); e no domínio limitação por aspectos emocionais na avaliação da 4ª sessão entre o GI (78,71 ± 5,63) e GC (60,13 ± 5,80) (p=0,025). A relação entre auriculoterapia, incapacidade física e interferência da dor não diferiu entre os grupos (p>0,05). Quanto ao uso de medicamentos, durante o follow up, verificou-se que 77,8% dos participantes do GC mantiveram a dosagem de medicação, comparados a 22,2% do GI (p=0,013). O GI (73,3%) relatou mais desconforto durante as aplicações das sementes, comparado ao GC (26,3%) (p=0,011). Conclui-se que a auriculoterapia no GI e o GC apresentou igual efeito na intensidade da dor durante as oito sessões, com maior durabilidade deste no follow up do GI, em que se demonstrou efeito significativo; além disso, melhorou os parâmetros da qualidade de vida, especialmente nos domínios vitalidade e limitação por aspectos emocionais, quando comparados GI e GC.
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