As faces da violência no jornalismo literário brasileiro da contemporaneidade
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Data
2021-12-10Primeiro membro da banca
García, Xosé López
Segundo membro da banca
Sánchez, Carmen Costa
Terceiro membro da banca
Umbach, Rosani Ursula Ketzer
Quarto membro da banca
Schwaab, Reges Toni
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta pesquisa consiste no estudo da representação da violência no jornalismo literário brasileiro da contemporaneidade. Para tanto, se apresenta um mapeamento dos romances-reportagens premiados, em sua categoria, no Prêmio Jabuti, no período de 2000 a 2017. Dentre os três primeiros colocados de cada ano, foram selecionados os livros que remetiam diretamente à representação da violência, sendo que, em todas as edições da premiação, pelo menos um dos condecorados abrangeu essa temática. A partir da identificação das obras, são desenvolvidas categorias de análise a fim de compreender quais as principais histórias narradas a partir dos romances-reportagens, quais os tipos de violência e relações de dominação foram apresentados, quem são os autores/narradores das obras e, por fim, quais são as pessoas acometidas pela violência e aquelas que promovem ações de crueldade. Após o desenvolvimento do mapeamento, foram identificados os temas abordados com mais frequência durante esse período e, considerando, também, a distância temporal de cada uma, foram elencadas três obras para a análise mais detalhada: a primeira, condecorada em 2002, trata-se do romance-reportagem Meu casaco de general (2000), escrita por Luiz Eduardo Soares; a segunda, premiada em 2008, é O massacre (2007), de Eric Nepomuceno; e a terceira obra, com premiação em 2016, é Cova 312 (2015), produzida por Daniela Arbex. O método empregado para o desenvolvimento desta investigação, para além da constituição das categorias de análise para o mapeamento, tem como base as premissas da literatura comparada em consonância com estudo bibliográfico. Tendo isso em vista e ao considerar o corpus desta pesquisa, buscou-se responder aos seguintes questionamentos: de que maneira a violência é representada em romances-reportagens brasileiros na contemporaneidade? A partir da confluência da linguagem literária com a informação jornalística, é possível promover um relato humanizado? Quem é o sujeito agressor e o sujeito agredido? De que forma os indivíduos vulneráveis diante das relações de poder são representados no jornalismo literário? Qual a perspectiva crítica sobre a violência suscitada a partir dessas produções: aceitação ou enfrentamento das ações de crueldade? Os resultados indicam que o jornalismo literário brasileiro da contemporaneidade contribui para o debate e a promoção da reflexão social, atribuindo voz aos sujeitos acometidos pela violência e inferiorizados diante das relações de dominação, possibilitando o senso de humanização a partir dessas narrativas.
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