Profexanismo: as significações imaginárias xamânico-guaraníticas na autoformação de pesquisadoras em educação
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Data
2021-12-03Primeiro coorientador
Fernandez, Hylio Lagana
Primeiro membro da banca
Bolzan, Doris Pires Vargas
Segundo membro da banca
Dorneles, Malvina do Amaral
Terceiro membro da banca
Celorio, José Aparecido
Quarto membro da banca
Silva, Monique da
Quinto membro da banca
Miorando, Tania Micheline
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Esta tese de doutorado em Educação propôs-se a investigar significações imaginárias xamânicas
no contexto da autoformação de pesquisadoras sobre temáticas indígenas. O percurso voltou-se
inicialmente para a cosmologia xamânica ampla, convergindo então para a cosmovisão ameríndia
guaranítica por meio das narrativas (auto) biográficas de quatro pesquisadoras, duas de mestrado
e duas de doutorado, que realizaram seus processos formativos em aldeamentos indígenas no sul
do Brasil. O dispositivo metodológico fundamentou-se na pesquisa-formação (JOSSO, 2010), a
partir das narrativas (auto) biográficas das pesquisadoras-colaboradoradoras, dando suporte às
discussões e às inter-relações com o xamanismo, permitindo elaborar a conceituação do caminho
do profexanismo, expressas em quatro dimensões profexamânicas: a espiritualidade, a
observação, conexão com a natureza e o silêncio. Foram reconhecidas as significações simbólicas
instituídas e instituintes sobre os imaginários das colaboradoras, resultando em um arcabouço
teórico sobre o conhecimento ameríndio guaranítico e as implicações desta trama de sentidos para
suas vidas profissionais e pessoais. Desse modo, foi possível uma aproximação com a cosmologia
guaranítica por meio das significações imaginárias das pesquisadoras, articulando assim o
caminho do profexanismo, costurado com fios visíveis e invisíveis. O referencial do imaginário de
Cornelius Castoriadis possibilitou olhar as questões indígenas na contemporaneidade, em especial
sobre os aspectos da invisibilidade da sabedoria ancestral, bem como os fatores míticos e
simbólicos presentes no contexto destes povos, possibilitando a aproximação das tramas de
sentidos simbólicos dos imaginários ameríndios com aqueles das colaboradoras. Assim, o campo
do imaginário social, através das contribuições das colaboradoras, facultou um olhar atento aos
que estão à margem desta sociedade de consumo- os indígenas- trazendo a visibilidade aos seus
saberes, denunciando o instituído e ao mesmo tempo abrindo brechas para o instituinte. As
significações imaginárias das quatro colaboradoras foram disparadoras que possibilitaram pensar
o tecido das representações simbólicas, viabilizando a reflexão sobre as contribuições do
xamanismo guaranítico no campo educacional como um dispositivo de autoformação, de
reverberação de sentidos e concepções de mundo, permitindo (re)ssignificar a forma de ver a vida
em sentido amplo. Os resultados alcançados no caminho do Profexanismo apontam para um
mergulho no mundo vivido, no espaço presente, na contemplação, na espiritualidade e na conexão
com a natureza, salientando pontos centrais para pensarmos o abismo da nossa existência e,
quem sabe, experienciar uma vida que realmente tenha sentido, promulgando um repensar da
nossa cotidianidade e dos processos autoformativos, por meio das quatro dimensões
Profexâmanicas na docência, tencionando uma escola instituinte.
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