Autorreificação da imagem e reconhecimento docente
Resumo
A presente tese com o título Autorreificação da Imagem e Reconhecimento Docente é desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Nesse sentido, tem como objetivo geral investigar o percurso teórico entre o quesito da autorreificação da imagem docente e a possibilidade de transcendência, para então discutir o reconhecimento na intersubjetividade docente-discente. Para atingir esse objetivo, optou-se pelo giro do reconhecimento na perspectiva de Axel Honneth (2003), herdeiro das reflexões críticas da Escola de Frankfurt, o qual estabelece uma posição singular em relação ao problema da reificação. Nessa pesquisa, o desenho metodológico privilegia a abordagem qualitativa, de cunho hermenêutico, que envolve a escuta de sujeitos implicados, tendo como referência a compreensão de Gadamer (1998). A teoria crítica de Adorno e Habermas é utilizada como parâmetro para auxiliar na hermenêutica do mito de Prometeu e de narrativas docentes. A partir desses dados emergentes, situa-se a questão problemática: até que ponto o giro do reconhecimento da teoria crítica, principalmente nos propósitos do reconhecimento do outro e da linguagem, pode contribuir para a superação da autorreificação da imagem docente nos dias contemporâneos? Na perspectiva do pensamento pós-metafísico, o aprendizado, na interlocução docente/discente, necessita não só do entendimento cognitivo, pois esse muitas vezes é frustrado, mas especialmente da desbarbarização da imagem docente, tendo em vista o reconhecimento recíproco na linguagem. Quando isso não acontece, o docente pode ficar preso à linguagem reificante e à impossibilidade de reconhecimento, esquecido e acorrentado como ocorre no mito de Prometeu. Daí, a necessidade de compreender o deslocamento da autorreificação para o reconhecimento, sendo esse último precedido pela autorrealização, a qual é identificada por Axel Honneth (2003) como a atitude ética. Propõe-se, desse modo, encontrar uma resposta positiva à tese de que o autorreconhecimento da imagem docente ocorre pelo ethos linguístico como hábito autorrealizador na intersubjetividade docente-discente.