Plano amostral para coleta de serapilheira na floresta ombrófila mista no estado do Rio Grande do Sul
Resumo
O presente trabalho foi realizado na Floresta Ombrófila Mista de São Francisco de Paula - FLONA sendo esta representante de grande diversidade tipológica no estado do Rio Grande do Sul. Todo o material depositado nas florestas nas camadas acima do solo, é chamado de serapilheira ou manta, e possui um papel fundamental na manutenção da fertilidade do solo, constituindo o principal meio de retorno dos nutrientes para as plantas no ecossistema. Assim, o presente trabalho tem por objetivo estimar a serapilheira acumulada e a intensidade amostral para cada estação sazonal, na Floresta Ombrófila Mista, RS. Foram coletadas 15 amostras aleatórias de quatro diferentes tamanhos de moldura: a) Grande (G) = 1 m x 1 m (1 m2); b) Média (M) = 1 m x 0,75 m (0,75 m2); c) Pequena (P) = 0,75 m x 0,75 m (0,56 m2); d) Muito Pequena (MP) = 0,5 m x 0,5 m (0,25 m2), por hectare em cada estação sazonal (primavera, verão, outono, inverno), totalizando 60 amostras em um hectare, por estação. Após a serapilheira foi levada ao Laboratório do Departamento de Fitotecnia da UFSM e separada em estratos (folhas, cascas, galhos e miscelâneas) e, posteriormente, colocada em estufa (75ºC) até peso constante, e pesada com balança de precisão de 0,1 g. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado em cada moldura e estação, para posterior realização da análise conjunta dos experimentos. Calculou-se a média, variância, coeficiente de variação e a contribuição em porcentagem relativa para todos os estratos. Por meio da amostragem aleatória simples, admitindo-se um erro de amostragem máximo de 10, 15, 20 e 25% da média estimada, com 5% de probabilidade de erro, calculou-se a intensidade de amostragem (n) por hectare, para população infinita. A interação (moldura e estação) na análise conjunta não foi significativa para o total e para os estratos, logo o comportamento das molduras é o mesmo nas diferentes estações e, as respostas dos tratamentos podem ser usadas para todas as estações. As variâncias verificadas nas estações não são nulas, isto é, existe heterogeneidade nas diferentes estações quanto ao acúmulo de serapilheira. O efeito das molduras para o total e para os estratos, galhos, cascas e miscelâneas não diferem entre si, apresentando diferença significativa somente nas folhas. Não existem diferenças significativas entre as molduras para o total, sendo a mais adequada a moldura Muito Pequena (0,25 m²), com homogeneidade da variância nas estações. São necessárias 27 amostras no inverno, 25 na primavera, 33 no outono, e 15 no verão para obter 15% da amostragem das médias.