Manejo da palha e produção de feno de azevém: ciclagem de nutrientes e rendimento de grãos de arroz irrigado em sucessão
Resumo
A implantação de uma cultura sucessora como o azevém (Lolium multiflorum Lam) ao
arroz irrigado em áreas de várzea poderia contribuir não somente com a ciclagem de
nutrientes, mas também agregar renda ao orizicultor. No entanto, precisa-se estudar melhor
alguns aspectos como, qual melhor momento para se realizar a dessecação do azevém, de
modo que não comprometa a semeadura do arroz irrigado no próximo cultivo. Assim, o
objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência de diferentes manejos do azevém
cultivado no período de entressafra do arroz irrigado sobre o potencial de ciclagem de
nitrogênio, fósforo e potássio, o acúmulo desses nutrientes no perfil do solo e sua influência
no rendimento de grãos de arroz irrigado. Para isso, foi conduzido um experimento em área
experimental de várzea, utilizando diferentes épocas de dessecação e feno do azevém, além do
pousio no período de entressafra da cultura do arroz irrigado. Dos resultados obtidos é
possível concluir que, dos nutrientes analisados o potássio apresenta maior liberação depois
da dessecação do azevém. A dessecação aos 60 dias antes da semeadura apresenta maiores
liberações de nitrogênio, fósforo e potássio na matéria seca do azevém até o momento da
semeadura do arroz irrigado. Além disso, o potássio apresenta maior acúmulo no perfil do
solo no período que antecedeu a semeadura do arroz. À medida que as dessecações do azevém
foram realizadas mais próximas da semeadura do arroz irrigado ocorreu menor
estabelecimento inicial de plantas, além de diminuir o teor de nutrientes analisados nas
plantas do arroz nos estádios inicias. A dessecação do azevém deve ser realizada com
antecedência de 60 dias antes da semeadura do arroz, para não comprometer o rendimento de
grãos do arroz irrigado. A produção de feno de azevém em área de várzea foi viável nos dois
anos de estudo.