Equilíbrio corporal de idosos institucionalizados: caracterização e associações clínico-funcionais
Resumo
Esta pesquisa teve por objetivo determinar o perfil sociodemográfico e clínico-funcional de idosos institucionalizados com e sem alterações do equilíbrio corporal. A amostra foi constituída de 98 idosos residentes em lares de longa permanência, sendo 32 do gênero masculino e 66 do gênero feminino, com idade a partir de 60 anos. Como critérios de exclusão foram considerados os idosos que apresentassem alterações neurológicas, prejuízos de julgamento, linguagem, cognição e demências para entender os procedimentos necessários para a avaliação das variáveis do estudo. As variáveis sociodemográficas consideradas foram: sexo, idade, cor da pele, estado civil, escolaridade e tempo de institucionalização e as clínico-funcionais: número e tipo de doenças e medicamentos, uso de dispositivo de auxílio à marcha, ocorrência de quedas, fraturas em membros superiores e inferiores relacionadas a quedas, percepção subjetiva da visão e audição, periodicidade da prática de atividade física; além de questões emocionais. A ocorrência de tontura foi avaliada por anamnese e quantificada pelo Dizziness Handicap Inventory (DHI) e a avaliação da capacidade funcional foi avaliada utilizando os protocolo de Katz, teste Short Physical Performance Battery (SPPB), rastreio cognitivo pelo Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) e protocolo de Kendall para avaliação postural. Como resultados 48,9% dos idosos avaliados apresentaram tontura; as médias do número de doenças e medicamentos associados à tontura foram, respectivamente, 4,5 doenças e 7,8 medicamentos por idoso. Os escores do DHI funcional foram significativamente maiores para os idosos que necessitavam de auxílio à marcha, para os que tiveram queda, e para os que apresentaram ansiedade. Grande parte dos idosos foi independente para a realização de todas as atividades de vida diária; apresentaram baixo desempenho em relação ao SPPB; risco para demência segundo o MEEM, perfil postural: cabeça anteriorizada, ombro elevado, abdômen protuso, membro superior com flexão de cotovelo, curvatura torácica, tórax deprimido, cifose em dorso superior, lombar plana, pelve em rotação, joelhos valgos e pés pronados. Conclui-se que o perfil sociodemográfico dos idosos institucionalizados é de mulheres, brancas, solteiras, média etária elevada, baixa escolaridade e menos de cinco anos de institucionalização. Em relação ao perfil clínico-funcional a tontura foi do tipo mista, de curta duração com alterações, principalmente, no aspecto funcional do DHI.