Práticas de bullying escolar e a inclusão educacional: a formação de professores nesse contexto
Resumo
A presente pesquisa faz parte da Linha de pesquisa em Educação Especial do Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria UFSM. Buscou refletir e elaborar junto a um grupo de professoras de uma escola pública estadual de Santa Maria RS, estratégias para a atenuação das práticas de bullying escolar visando à inclusão educacional de seus alunos. A investigação ocorreu a partir de uma metodologia de cunho qualitativo, centrada na Pesquisa-Ação (Carr e Kemmis,1988), que embasou o processo de formação docente, de maneira a suscitar o repensar de práticas e a constituição de alternativas para o reconhecimento e minimização de práticas de bullying escolar. Os delineamentos teóricos dessa pesquisa permitem a análise e o entendimento do conceito de inclusão educacional através dos estudos de Garcia (2008), na sequência, busca-se conceituar o bullying escolar e seus protagonistas, com o amparo de autores como: Fante (2005), Guareschi (2008), Silva (2010), Alkimin (2011) e Silva (2013). E, tendo autores como Freire (1996), Gómez (1998) e Pimenta (2005) procurou-se compreender quais os processos de formação docente que se constituem frente a esse tipo de violência em um espaço constituído por uma diversidade de pessoas, saberes e práticas. Os resultados principais encontram-se sob a forma de eixos de análise e perpassam por discussões acerca da importância da formação docente para o reconhecimento do bullying escolar, assim como, na constituição de estratégias para a minimização dessas práticas. Através de reuniões dialógicas com o grupo de professoras participantes da pesquisa, foi possível observar de que forma o bullying se constitui no espaço escolar em que atuam, quais são os principais casos dessa violência. Foram identificados nove casos específicos de bullying na escola sendo dois de alunos com Necessidades Educacionais Especiais, atendidos em sala de recursos, assim como, propostas diferentes atividades para a sua minimização. Nesse sentido, a partir das atividades realizadas pelas professoras, além das discussões travadas durante as reuniões elegeram-se, sob a forma de conclusão, indicadores para a minimização das práticas de bullying escolar que potencializam a inclusão educacional: Ouvir o que os alunos têm a dizer sobre as práticas de bullying. Dessa forma, as vivências passam a ser reveladas e tornam-se passíveis de intervenção; Desenvolver um trabalho que permeie o controle da agressividade, a tolerância, o respeito às diferenças e às individualidades de cada um; Ressignificar a prática docente, sempre que necessário, a fim de que os estudantes saiam da passividade e tornem-se agentes de sua aprendizagem e ativos enquanto sujeitos partícipes no combate do bullying; Esclarecimento aos alunos acerca do que constitui o bullying dentro da escola, quais são as características e quem são os personagens; Formação continuada dos professores, a fim de que compreendam em sua prática, discussões e reflexões constantes, de forma a buscar novas estratégias e alternativas metodológicas que constituem um enfrentamento ao bullying escolar.