Alfabetização visual: uma perspectiva para auto(trans)formação permanente com professores
Resumo
Essa dissertação de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), decorre da Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Tem como objetivo geral compreender em que medida a alfabetização visual é uma possibilidade de auto(trans)formação permanente com professores do ensino fundamental de uma escola municipal de Santa Maria RS e averiguar de que maneira os professores externam a apreensão dos saberes relativos aos recursos de sentido nas imagens. A pesquisa caracterizou-se como qualitativa, organizada na dinâmica e processualidade dos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos, o quais visam à libertação e a emancipação de todos os envolvidos no processo, a inspiração desse processo são os círculos de cultura de Paulo Freire. O estudo se desenvolveu a partir da concepção da linguagem como prática social, tendo em Van Leeuwen; Kress e Halliday a base teórica para os elementos da alfabetização visual, considerando os diferentes modos de linguagem em seu contexto de uso. Freire, Maturana e Arroyo deram suporte à formação de professores sob a perspectiva humanizadora, pensando no percurso que nos leva a escolher a profissão docente e em como assumir nossa prática como atores sociais e não asujeitados e asujeitadores. Com a análise dos dados, é possível dizer que os professores utilizavam imagens em sua prática pedagógica de maneira intuitiva, apenas como ilustração e não como unidade de sentido, deixando assim de reconhecer a imagem como recurso importante na construção do conhecimento. Porém, averiguou-se que por meio dos Círculos Dialógicos Investigativo-formativos houve uma considerável sensibilização quanto ao reconhecimento da linguagem em seu contexto de uso, da imagem como um modo de linguagem e, portanto, possuidora de significado em si, do reconhecimento de recursos de sentido nas imagens e de algumas das implicações da auto(trans)formação permanente sob a perspectiva humanizadora.