Efeitos do aumento da temperatura sobre a disponibilidade hídrica para a pecuária familiar na sub-bacia do Alto Camaquã, RS
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Data
2016-07-15Autor
Rocha, Nájila Souza da 
Primeiro orientador
Cruz, Rafael Cabral
Primeiro membro da banca
Borba, Marcos Flavio Silva
Segundo membro da banca
Padilha, Damáris Gonçalves
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Este trabalho teve como principal objetivo analisar as vulnerabilidades da pecuária familiar sobre a disponibilidade hídrica frente ao aumento de temperatura ocasionada pelas mudanças climáticas, da sub-bacia do Alto Camaquã, que localiza-se na parte superior da Bacia do rio Camaquã, abrangendo oito municípios do Rio Grande do Sul, todos pertencentes ao Bioma Pampa. Este território pertence a parte remanescente de maior valor para a biodiversidade do Bioma Pampa, pois compreende uma região que, por suas características econômicas e socioambientais, ainda mantém um ecossistema a priori estável, preservando ainda alguns sistemas vegetais, hídricos e geológicos naturais do local. O sistema de produção, pecuária familiar, ajuda a manter essas condições, porém sofre determinadas demandas de mercado incompatíveis com seu manejo. Além disso, as mudanças climáticas e ambientais, que vem ocorrendo em todo o planeta, aceleram processos do intemperismo, da degradação ambiental e modificam o ciclo hidrológico. A disponibilidade de água passa a ser um dos principais problemas ambientais e sociais da região. Por essas e tantas outras características, o Alto Camaquã pode ser considerado uma sub-bacia frágil e vulnerável às diversas mudanças sócio-ambientais, inclusive as mudanças climáticas. Esta pesquisa foi dividida em duas análises principais: a primeira análise trata dos Balanços Hídricos Climatológicos (BHC), realizados com o intuito de compreender o comportamento da bacia quanto aos meses de maiores déficits e excedentes hídricos. A segunda análise trata das fragilidades do Alto Camaquã frente ao aumento de temperatura causado pelas mudanças climáticas e das vulnerabilidades dos pecuaristas familiares frente a estas mudanças. O BHC foi realizado através de duas metodologias: a primeira metodologia utilizada consistiu no cálculo do Balanço Hídrico Climatológico (BHC) de Thornthwaite, Mather (1995) em planilha Excel para Windows. O segundo método utilizado consistiu no cálculo do BHC através do SCRIPT GERHI, neste foi utilizado um script desenvolvido pelo GERHI (Gestão de Recursos Hídricos) da UFSM. A metodologia utilizada, para a análise de fragilidades ambientais, foi adaptada do projeto FRAG-RIO (MMA, 2009), através de um esquema de pesos (para variáveis) e notas (para classes). Este estudo demonstra que a disponibilidade hídrica e a resistência do solo são variáveis que tornam o Alto Camaquã um território frágil frente ao aumento de temperatura ocasionado pelas mudanças climáticas. Além disso, os pecuaristas familiares são vulneráveis a estas mudanças por não apresentarem instrumentos de mitigação dos impactos ambientais e não haver estratégias de aumento de sua resiliência.