Sementes e miniestaquia em Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. e sementes e micropropação em Handroanthus chrysotrichus (MART. ex DC.) J. Mattos
Resumo
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez. e Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) J. Mattos são espécies florestais nativas brasileiras que possuem grande importância econômica, ecológica, silvicultural e ornamental. No entanto, em N. megapotamica ocorre perda da viabilidade de suas sementes após a coleta, e em H. chrysotrichus geralmente o poder germinativo das sementes decresce acentuadamente após o armazenamento. Em decorrência disso, são necessários estudos que permitam conhecer melhor as características dessas espécies, para obtenção de mudas de boa qualidade, com condições de resistir à condições adversas, sobreviver e crescer em um nível compatível com o economicamente esperado. Desta maneira, o objetivo geral do presente estudo foi avaliar metodologias que possam contribuir para a propagação vegetativa de N. megapotamica e H. chrysotrichus. Para N. megapotamica foram avaliados aspectos da qualidade física, fisiológica e sanitária de um lote de sementes, avaliando diferentes meios de cultivo, além de analisar a rizogênese ex vitro de brotações de N. megapotamica expostas a diferentes concentrações de AIB, por meio da técnica de miniestaquia. Em H. chrysotrichus foram conduzidos testes de qualidade fisiológica e sanitária de sementes de dois lotes diferentes, armazenadas em refrigerador, em dois períodos distintos. Para a multiplicação, foram testados diferentes antioxidantes (Polivinilpirrolidona ou carvão ativado) no controle da oxidação fenólica em segmentos nodais. Para a rizogênese in vitro, brotações micropropagadas foram submetidas a tratamentos em que foram testados meios nutritivos com vermiculita, na presença ou ausência de ágar, bem como a aclimatização ex vitro das mudas produzidas. Os resultados obtidos indicaram que as sementes de N. megapotamica possuem variações quanto aos aspectos biométricos, alto grau de umidade e associação com microrganismos. Para a rizogênese em brotações via miniestaquia, foi possível promover o enraizamento das miniestacas submetidas à imersão em solução contendo 1000 mg L-1 de AIB, aos 60 dias em casa de vegetação, no entanto esse período de avaliação não foi suficiente e estudos adicionais devem ser realizados. Já para H. chrysotrichus observou-se que as sementes apresentam diferenças na sua qualidade fisiológica e sanitária, e perdem a sua viabilidade após armazenamento em refrigerador. O antioxidante carvão ativado mostrou-se mais eficiente em promover o controle da oxidação fenólica em segmentos nodais de H. chrysotrichus. O enraizamento in vitro das brotações foi bem-sucedido em meio ½WPM, com vermiculita, na ausência de ágar e as mudas apresentaram bom desempenho durante a aclimatização.