Funcionalidade do assoalho pélvico de idosas fisicamente ativas
Resumo
O trato urinário inferior sofre modificações com o passar da idade que podem resultar em disfunções como a redução da capacidade vesical e a diminuição da habilidade de adiar a micção. Estudos voltados ao assoalho pélvico e ao nível de atividade física de mulheres idosas ainda são escassos. O objetivo deste estudo foi analisar a funcionalidade do assoalho pélvico de mulheres idosas ativas fisicamente. Tratou-se de uma pesquisa descritiva do tipo quantitativa. Foram critérios de inclusão da amostra: mulheres com 60 anos ou mais de idade, função cognitiva preservada, avaliada pelo Mini Exame do Estado Mental, com independência funcional medido pela Escala de Katz. A amostra foi composta por 51 idosas, sendo a média de idade 67,8 (±5,2) anos participantes de um programa de extensão universitária de uma universidade pública do sul do Brasil. Utilizou-se como instrumentos de pesquisa a ficha diagnóstica com dados de identificação, características sociodemográficas, condições de saúde, aspectos uroginecológicos e prática de atividade física regular, por meio da entrevista e, a avaliação funcional do assoalho pélvico, realizado por meio do Esquema PERFECT. A avaliação do nível de atividade fisica foi realizada através do uso do acelerômetro, durante sete dias da semana. As variáveis estudadas nessa pesquisa foram analisadas descritivamente por meio de medidas de tendência central (média e desvio padrão; mediana, conforme a natureza dos dados) e frequência simples e porcentagem. Para comparar a funcionalidade do assoalho pélvico (Esquema PERFECT) e seus componentes (força, resistência, número de repetição das contrações lentas e contrações rápidas) com a atividade física das idosas foi utilizado o teste ANOVA one-way. O nível de significância adotado foi de 5%. Destaca-se nas idosas os estado civil de viúvas (43,1%), vivendo com os familiares (43,1%), com a escolaridade de 5 a 8 anos de estudos (43,1%), da religião católica (78,4%), aposentadas (33,3%) e com a renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (43,1%). As idosas praticam atividade física em média há 10(± 9,24) anos, 2(duas) vezes na semana. A maioria das idosas não pratica outra atividade física além das disponibilizadas no programa da universidade. As medianas dos componentes do assoalho pélvico foram: 3 para força, 2 segundos para resistência, 3 para repetição e 4 para fibras rápidas. Conclui-se que apesar da força do assoalho pélvico ser considerada boa, não há relação da atividade física em counts por minuto e a funcionalidade do assoalho pélvico, o que demonstra que o grupo de idosas é muito homogêneo em termos destas variáveis.