Subprodutos da fresagem femoral ou osso esponjoso autógeno na osteossíntese femoral com hastes bloqueadas em cães
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi avaliar a técnica de hastes bloqueadas na
osteossíntese de fraturas femorais em cães e avaliar o uso de subprodutos da
fresagem intramedular femoral como adjuvante na cicatrização óssea. Foram utilizados
12 cães, pesando entre 15 e 18 kg, distribuídos aleatoriamente em três grupos iguais
de acordo com o tipo de enxerto utilizado no foco da fratura, denominados de I (controle
não tratado), II (subprodutos da fresagem intramedular femoral) e III (osso esponjoso
autógeno). Foi realizada osteotomia transversa na porção média da diáfise femoral e
posterior osteossíntese com hastes bloqueadas. Após realizou-se a enxertia de
subprodutos da fresagem intramedular ou de osso esponjoso autógeno em quantidade
suficiente para preencher a superfície do foco da fratura. Para comparar o desempenho
dos grupos tratados, foram realizadas avaliações radiográficas nos períodos de 15, 30,
60 e 90 dias de pós-operatório (PO), e avaliação clínica da marcha diária até o 7º dia de
PO, e após semanalmente até os 60 dias de PO. A análise radiográfica revelou que aos
30 dias de PO a média dos escores de consolidação no grupo que recebeu enxerto dos
subprodutos fresagem intramedular foi superior à dos outros grupos. Aos 45 e 60 dias
de PO as imagens radiográficas também indicaram a superioridade do Grupo II em
relação aos demais grupos. A avaliação clínica deambulatória no 15º dia de PO
evidenciou o melhor desempenho dos cães tratados com enxerto de subprodutos da
fresagem femoral, dos quais 75% dos animais encontravam-se em grau V de
claudicação. Não foi encontrada diferença estatística entre a enxertia de subprodutos
da fresagem intramedular femoral e de osso esponjoso autógeno com relação aos
escores de consolidação radiográfica e graus de claudicação, nos diferentes tempos de
PO. As hastes bloqueadas foram consideradas um método eficiente para a
osteossíntese de fraturas femorais diafisárias em cães, não possuindo alterações ou
inconvenientes no pós-operatório. O enxerto de subprodutos da fresagem intramedular
femoral revelou-se uma opção viável e eficiente de adjuvante cicatricial ósseo em
fraturas de ossos longos de cães, recomendando-se sua avaliação na rotina clínica.