Prevalência de coccidiose e correlação com a saúde intestinal de frangos de corte em agroindústrias brasileiras entre os anos de 2012 a 2014
Fecha
2015-09-25Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A coccidiose é uma enfermidade causada por protozoários do gênero Eimeria ssp. Esses são parasitas intracelulares de enterócitos que rompem a célula hospedeira causando lesões na mucosa intestinal. As lesões causadas pelas Eimerias resultam em redução na capacidade de absorção de nutrientes, afetando o ganho produtivo dos frangos de corte, e representam uma porta de entrada para outros enteropatógenos. Sendo assim, o objetivo desse estudo foi analisar a correlação entre as lesões causadas pelas Eimerias, e a prevalência de coccidiose e de demais alterações encontradas no trato gastrointestinal de frangos de corte produzidos, no Brasil, no período de 2012 a 2014. As avaliações da saúde intestinal foram realizadas em 82 integrações de frangos de corte, no Brasil, totalizando 5.528 aves analisadas com idades entre 12 e 40 dias. O período de produção analisado foi dividido em duas fases: 1ª fase (12 aos 21 dias) e 2ª fase (22 aos 40 dias). Os frangos necropsiados foram coletados em três diferentes pontos e no mínimo três aves por galpão. No presente estudo foram analisadas as seguintes alterações do trato gastrintestinal: presença de descamação celular, excesso de fluido, excesso de muco, ingestão de cama, intestino espesso, intestino fino, passagem de alimento, tônus alterado, toalha turca, verminose e enterite necrótica. A definição dos escores macroscópicos de lesão causados pelas Eimeria acervulina, Eimeria maxima, Eimeria tenella seguiram a metodologia de Johnson & Reid [8], e a contagem de oocistos na mucosa para E. maxima (E. maxima micro) foi realizada com auxílio de microscópio óptico com aumento de 100 X. A análise estatística do coeficiente de correlação de Pearson foi feita com o programa SAS 9.3., com intervalo de confiança de 95%. Os resultados desse estudo demonstraram que a espécie E. acervulina foi a que apresentou maior prevalência (média de 13,5%) em ambas as fases de produção avaliadas. Ainda, referente à E. acervulina, observou-se correlação positiva com
intestino fino e tônus intestinal alterado na 1ª e 2ª fase, bem como correlação positiva com ingestão de cama apenas na 2ª fase. A segunda maior prevalência foi da espécie E. maxima (média de 6,75%), obteu-se correlação positiva com excesso de muco, intestino espesso e fino na 1a fase e correlação positiva com descamação celular, excesso de fluído e toalha turca na 2a fase avaliada. A E. tenella representou a menor prevalência (média de 4,35) entre as espécies de Eimerias analisadas, apresentando uma correlação positiva na 1ª e 2ª fase com o excesso de fluído e na 2ª fase com o intestino espesso e com lesões de E. maxima. Na avaliação microscópica, a E. maxima esteve presente em 18% dos raspados de mucosa realizados na 1ª fase, o que representa uma coccidiose subclínica de 282,98% com relação a coccidiose clínica. Para a E. maxima micro foi detectada correlação positiva entre os achados com o intestino espesso e com as lesões de E. maxima. Na 2ª fase, E. maxima foi encontrada nos raspados de mucosa de 29,6% das aves, representando uma coccidiose subclínica de 236,37% com relação à coccidiose clínica. A E. maxima micro apresentou na 2ª fase uma correlação positiva com o excesso de fluido, enterite necrótica, E. acervulina, E. maxima e E. tenella. Na análise comparativa entre os períodos, a coccidiose subclínica acometeu 64,45% mais frangos de corte na 2ª fase em relação a 1ª fase. Na avaliação macroscópia de lesões relacionadas à coccidiose, a E. acervulina foi a espécie de maior prevalência em ambas fases de produção. O escore de lesão mais frequente para todas as espécies de Eimerias foi o de grau 1. A coccidiose subclínica acometeu um número expressivo de frangos de corte do plantel brasileiro e foi correlacionada com diversos fatores de diminuição de saúde intestinal. Concluiu-se que o monitoramento é de suma importância para conhecer o status de saúde intestinal dos lotes avícolas. Pois, a E. maxima microscópica está presente (média de 23,8%) com correlação aos fatores que reduzem a saúde intestinal.