Investigação de componentes químicos da casca do caule de Luehea divaricata martius (malvaceae) e suas potenciais atividades biológicas
Resumo
Luehea divaricata, conhecida como açoita-cavalo, é uma espécie nativa brasileira e com poucos relatos na literatura. A investigação fitoquímica do extrato bruto metanólico e de suas frações (etérea ácida, etérea básica, acetato de etila básica, diclorometano neutra, acetato de etila neutra e hexânica neutra) das cascas do caule de L. divaricata (Malvaceae) resultou no isolamento de sete compostos: Ftalato de bis (2-etil-heptila) (26), triterpeno friedelina (28), mistura triterpênica de α- (27) e β-amirina (1), dois esteroides β-sitosterol (29) e β-sisotsterol glicosilado (14), além de dois flavonoides conhecidos como Catequina (22) e epicatequina (8), estes sendo diasteroisômeros, respectivamente. O composto friedelina (28) isolado da fração etérea acida, foi identificado pela primeira vez no gênero Luehea. As estruturas dos metabólitos isolados foram elucidadas através de RMN 1H e 13C, uni e bidimensionais, por análise de difração de raio-X, ponto de fusão além de comparação com amostra padrão quando existente e dados disponíveis na literatura. O extrato, as frações e os compostos isolados foram testados quanto à sua atividade antimicrobiana e a sua capacidade antioxidante. Extrato bruto metanólico, suas frações e compostos isolados obtidos no fracionamento ácido-base apresentaram atividade antibacteriana (Gram-positivas e Gram-negativas) e antifúngica efetivas, para as cepas testadas. As frações acetato de etila básico e acetato de etila neutro quando testadas frente a sua capacidade antioxidante apresentaram um bom potencial. Dessa forma, o estudo fitoquímico e das atividades farmacológicas dos compostos identificados da casca do caule de L. divaricata amplia os conhecimentos alusivos à quimiotaxonomia, bem como justifica seu uso na etnofarmacologia pois, até o momento, apenas estudos com outras partes aéreas foram realizados.