Características do processo de ingestão de forragem por cordeiras em pastagem de azevém nos diferentes estádios fenológicos
Resumo
Foram estudadas as características do processo de ingestão de forragem por cordeiras em pastagem de azevém (Lolium multiflorum Lam.), a partir da hipótese de que diferentes estádios fenológicos do pasto influenciam no processo de captura de alimento por animais em pastejo. O experimento foi desenvolvido no período de maio a novembro de 2007 na Universidade Federal de Santa Maria e as avaliações foram realizadas em três datas nos estádios fenológicos do azevém: Vegetativo (11/09), Pré-florescimento (14/10) e Florescimento (11/11). Foram utilizadas oito cordeiras, cruzas Ile de France x Texel com oito meses de idade e 45,0 ± 4,3 kg de peso vivo, em média. Foram realizados testes de pastejo para quantificar a taxa de ingestão de matéria seca (MS) pelas cordeiras e variáveis de comportamento ingestivo de acordo com a metodologia adaptada de PENNING; HOOPER (1985). Na pastagem foram realizadas avaliações de massa de forragem, altura do dossel, estrutura vertical e composição química da forragem aparentemente colhida. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com medidas repetidas no tempo, com três tratamentos e cinco repetições no estádio vegetativo e seis nos demais estádios estudados. Com oferta de forragem de 13,7 kg de matéria seca/100 kg de peso vivo, a taxa de ingestão, a massa do bocado e a profundidade de bocado foram semelhantes (P>0,05) nos diferentes estádios. No estádio vegetativo do azevém a altura do pasto influencia negativamente a taxa de bocados. Nos estádios de pré-florescimento e florescimento a altura do pasto influencia positivamente o tempo de alimentação. A profundidade de bocados é positivamente influenciada pela altura do pasto e negativamente pela densidade de colmos no estrato superior. O tempo de alimentação (TA= 27,46 + 0,09 dia) e o número de bocados totais (NBT= -175,4 + 9,41dia) aumentaram linearmente ao longo do ciclo do azevém. O menor número de bocados por unidade de tempo foi realizado no 135º dia após a emergência do azevém e o maior tempo de formação do bocado foi no 146º. Em azevém, com oferta de forragem não limitante ao consumo, o aumento na taxa de bocados é o mecanismo utilizado por cordeiras para manter a taxa de ingestão constante. Dentre os atributos do pasto, sua altura é o de maior importância para determinar mudanças nas variáveis do comportamento ingestivo.