Caracterização química e digestibilidade in vitro de leguminosas forrageiras tropicais com foco no efeito de compostos fenólicos e idade da planta
Resumo
Foi avaliado a produção de gás de leguminosas tropicais com potencial forrageiro, incluindo crotalárias (Crotalaria juncea e Crotalária spectábilis), feijão guandu (Cajanus cajan), java (Macrotyloma axillare), mucuna preta (Mucuna aterrina), calopogônio (Calopogonium mucunoides.), estilosantes Campo Grande (Stylosantis sp..) e feijão de porco (Canavalia ensiformis) cortadas de plantas com diferentes idades de crescimento (47, 68, 89 e 110 dias) e incubadas in vitro (aproximadamente 1 g de amostra parcialmente seca/frasco) durante até 96 horas. O grau de aderência bacteriana sobre estas amostras foi avaliado pelo teor de fósforo no resíduo após 24 horas de incubação in vitro. Ensaios também foram conduzidos para avaliar o efeito da adição de polietilenoglicol (PEG) e de extrato tanífero de acácia sobre a fermentação in vitro das leguminosas e de substratos puros (amido, celulose (Avicel) e caseinato de cálcio). O volume de gás (entre 89mL e 110mL), a taxa de fermentação (entre 2,92%/h e 3,96%/h) e o lag time (entre 0,3hs e 5,09hs), assim como o grau de aderência bacterina (entre 0,14mg de P/g de MS residual e 1,07mg de P/g de MS residual), variaram entre as leguminosas e com a idade da planta. A taxa de degradação(R=-0,72 e P<0,0001) e o grau de aderência bacteriana (R=-0,70 e P<0,0001) foram negativamente afetados pelo teor de lignina das leguminosas tropicais. Por outro lado, o teor de taninos das leguminosas, ou a adição de extrato tanífero em amostras de substratos puros não apresentaram efeito claro sobre a fermentação in vitro. A adição de PEG, por sua vez, afetou significativamente todos os parâmetros da cinética de produção de gás, o que indica que o uso desta substância como agente inibidor dos taninos em ensaios in vitro necessita ser melhor avaliado.