Eficiência alimentar, características da carcaça e qualidade da carne de cordeiros alimentados com volumoso e/ou concentrado
Resumo
Objetivou-se avaliar consumo de nutrientes, desempenho e eficiência alimentar (capitulo I), características quantitativas e qualitativas de carcaça, composição tecidual (capitulo II), análises instrumentais físico-químicas da carne (capitulo III), perfil de ácidos graxos e sensorial da carne (capitulo IV) de cordeiros machos e fêmeas, terminados em confinamento alimentados com dietas de volumoso e/ou concentrado. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial 3 x 2 (três dietas x 2 sexos) com cinco repetições. Foram utilizados 30 cordeiros desmamados, sendo 15 machos não castrados e 15 fêmeas. As dietas experimentais foram: 100% volumoso e 0% concentrado (100:0), 50% volumoso e 50% concentrado (50:50) e 0% volumoso e 100% concentrado (0:100). Os animais foram abatidos quando se aproximavam da condição corporal 3,0. Os cordeiros alimentados com a dieta 100:0 tiveram maior consumo de matéria seca (CMS), e os da dieta 0:100 um menor consumo. O peso ao abate foi superior na dieta 100:0, que diferenciou da dieta 50:50 (P<0,05), mas estes foram semelhantes a dieta 0:100. O ganho médio diário (GMD) foi superior em cordeiros submetidos a dieta 50:50, que se diferenciou da 100:0, mas não da dieta 0:100. A conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA) e eficiência bionutricional (EBN) diferiram entre as dietas (P<0,05), sendo os cordeiros alimentados com dieta 0:100 mais eficientes. Com relação ao sexo, CMS e GMD foi superior nos machos (P<0,05). A CA, EA foram melhores nos machos, no entanto quando avaliou a eficiência através do EBN, as fêmeas foram mais eficientes (P<0,05). Os cordeiros da dieta 50:50 tiveram os melhores rendimentos de carcaça (P<0,05), quando comparado com as demais. A porcentagem de músculo e a relação músculo:gordura foi maior na dieta 0:100, que se diferenciou da dieta 50:50, e a dieta 100:0 foi semelhante entre as dietas. As fêmeas obtiveram melhores rendimentos de carcaça (P<0,05). No músculo rectus abdominis a intensidade de amarelo (b*) foi maior na dieta 0:100, que se diferenciou da dieta 100:0, sendo que a 50:50 não se diferenciou das dietas. Na avaliação da gordura subcutânea, obteve-se diferença entre as dietas para L* e b*(P<0,05), os cordeiros da dieta 0:100 tiveram menor L* quando comparado com as demais dietas. O b* na dieta 100:0 foi superior as demais dietas. No músculo rectus abdominis os machos tiveram maior L* e b*. Não houve diferença entre as dietas para o perfil sensorial (P>0,05). Houve diferença entre dietas (P<0,05) para o ácido alfa-linolênico e os ácidos graxos do tipo omega 3, estes foram superiores na carne de cordeiros da dieta 100:0 (P<0,05), diferenciando das demais. Carne de cordeiros da dieta 100:0 teve menor porcentagem de ácidos graxos monoinsaturados (P<0,05), com relação as demais. A relação omega n6:n3 foi menor no longissimus dorsi de cordeiros alimentados com a dieta 100:0. Não houve diferença entre sexo (P>0,05) para ácidos graxos saturados (AGS), poliinsaturados (AGPI), monoinsaturados, nos ácidos tipo omega-3 e nas relações AGPI/AGS e omega n6:n3 (P>0,05). Não houve diferença nas dietas e no sexo para o teor de colesterol (P>0,05). Assim conclui-se que os animais alimentados com a dieta 100% concentrado foram mais eficientes, e os da dieta com relação volumoso:concentrado (50:50) proporcionou maiores rendimentos de carcaça, e a dieta 100% volumoso proporcionou carne com maiores teores de ácido do tipo omega-3. Os machos foram menos eficientes e menores rendimentos de carcaça que as fêmeas.