Ureia protegida ou comum em substituição ao farelo de soja nas características pós abate de novilhos confinados
Resumo
O presente estudo tem por objetivo avaliar o efeito do uso da ureia protegida ou comum em substituição da proteína verdadeira obtida do farelo de soja sobre os tecidos corporais não pertencentes à carcaça, assim como, analisar as características qualitativas e quantitativas da carcaça e da carne de novilhos terminados em confinamento. Utilizaram-se 27 novilhos machos castrados, puros e mestiços (Charolês x Nelore), com idade e peso médio inicial de 20 meses e 293 kg respectivamente, distribuídos em três tratamentos: Ureia Protegida concentrado contendo ureia de degradação lenta; Farelo de Soja concentrado contendo farelo de soja; Ureia Comum concentrado contendo ureia agrícola. A dieta foi calculada a fim de atender os requerimentos mínimos nutricionais para se obter um ganho de peso médio diário de 1,5 kg/animal, estimando-se um consumo de matéria seca 2,65 kg/100 kg de peso vivo. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso (predominância racial), com três tratamentos e nove repetições, sendo o animal a unidade experimental. As dietas não proporcionaram diferenças significativas no peso de corpo vazio (PCV) devido à similaridade nos pesos de abate (PAB). Semelhança entre os tratamentos também foi verificada na relação PCV/PAB, apresentando valores médios de 0,87 para os tratamentos que continham nitrogênio não proteico e 0,88 para o tratamento farelo de soja. O conteúdo gastrintestinal tanto em peso absoluto quanto em relação ao peso de corpo vazio apresentou similaridade nas dietas testadas, com valores médios de 54,33 kg e 13,52%, respectivamente. As dietas dos tratamentos não influenciaram no volume de sangue dos animais, acompanhando a similaridade nos órgãos internos. Os novilhos que receberam ureia protegida apresentaram maior peso de omaso relativo a 100 kg de PCV (P<0,05) em relação aos animais alimentados com farelo de soja, com superioridade de 32,38%. Os tratamentos alimentares não influenciaram nos pesos e rendimentos de carcaça quente e fria. A espessura de gordura que recobre a carcaça não foi alterada, de acordo com as dietas estudadas, na média a espessura de gordura foi de 3,97 mm. As medidas e a compacidade da carcaça não foram alteradas pelas dietas, apresentando valores médios de 127,55; 74,86; 39,86; 38,84 e 25,72 cm para comprimento de carcaça, perna e braço, perímetro de braço e espessura de coxão, respectivamente. Observou-se diferença significativa no marmoreio, o tratamento farelo de soja foi superior ao tratamento ureia protegida (3,72 vs 2,28 pontos), sendo classificados como traços . Assim, foi possível observar que a utilização de ureia protegida ou comum apresentou comportamento semelhante nas avaliações pós abate dos animais, tanto nos componentes não integrantes da carcaça como nas características da carcaça e da carne. Devido aos resultados desse estudo, há necessidade do aumento das pesquisas na utilização de alimentos alternativos na terminação dos bovinos, que tragam melhorias na produção com o menor custo. Tal importância deve ser compreendida pelo fato da terminação ser a fase mais onerosa na vida dos animais.