Influência circadiana no comportamento de variáveis fisiológicas e físicas utilizadas para o diagnóstico do desempenho físico
Abstract
No contexto da avaliação e diagnóstico do desempenho físico os conhecimentos
advindos da Cronobiologia, tornam-se relevantes, pois, estes nos permitem entender
e considerar as variações que estão ocorrendo a todo o momento em nosso
organismo. Considerando que a avaliação física em Laboratórios de Fisiologia do
Exercício, hoje, é uma realidade em diversas regiões do país e baseia-se na
resposta de determinadas variáveis ao estresse físico causado pelo exercício,
desconhece-se até que ponto a não observância do turno da avaliação, pode ter
efeito sobre o diagnóstico do desempenho físico realizado nestes laboratórios.
Assim, buscou-se investigar a influência circadiana sobre o comportamento de
variáveis fisiológicas e físicas específicas em teste progressivo de esforço máximo
utilizadas para o diagnóstico do desempenho físico em adultos jovens. Foram
investigados 06 indivíduos (03 homens e 03 mulheres), voluntários, fisicamente
ativos, comprovadamente aptos para realizarem esforço físico exaustivo idade de
22,50±2,65 anos. Os indivíduos compareceram em dois dias distintos (com intervalo
de sete dias) no Laboratório, sendo que em um dos dias a coleta de dados foi
realizada as 9h e no outro foi realizada as 16h. As análises foram realizadas em
repouso e durante o teste progressivo exaustivo tendo em vista as seguintes
variáveis: consumo de oxigênio, produção de dióxido de carbono, ventilação, taxa de
troca respiratória, freqüência cardíaca, lactato sanguíneo, velocidade máxima de
corrida e tempo total de teste. Os resultados obtidos, não apresentaram diferença
estatisticamente significativa entre os diferentes períodos do dia (9h e 16h), ao
utilizar o teste de Wilcoxon, considerando como significativo um p<0,05. Assim,
considerando o protocolo utilizado e o grupo avaliado conclui-se que o diagnóstico
do desempenho físico, tendo como base o comportamento de variáveis fisiológicas e
físicas específicas em teste progressivo de esforço máximo, não sofre influência
circadiana, sugerindo que não há obrigatoriedade de realização da reavaliação do
desempenho físico em laboratório no mesmo turno do dia daquele realizado
anteriormente.