Modelagem de processos erosivos em uma bacia agrícola: limitações e possibilidades
Fecha
2017-03-01Autor
Didoné, Elizeu Jonas 
Primeiro orientador
Minella, Jean Paolo Gomes
Primeiro membro da banca
Evrard, Olivier
Segundo membro da banca
Tiecher, Tales
Terceiro membro da banca
Piccilli, Daniel Gustavo Allasia
Quarto membro da banca
Schenato, Ricardo Bergamo
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A demanda por ferramentas de modelagem, com capacidade de representar os processos erosivos em bacias hidrográficas e suas conexões com os corpos hídricos, exige que o monitoramento esteja associado à modelagem. Este trabalho buscou contribuir para descrição dos processos erosivos em escala de grandes bacias agrícolas, a partir da combinação de técnicas de monitoramento e modelagem para reduzir os impactos das atividades agrícolas de uma grande bacia agrícola por meio de cenários que simulam o impacto de diferentes medidas conservacionistas. Para tanto, dois estudos foram conduzidos na bacia hidrográfica do Rio Conceição (800km2), região característica pelo sistema de produção de grãos no noroeste do Rio Grande do Sul. O primeiro estudo buscou quantificar o impacto de diferentes medidas conservacionistas na erosão e dinâmica hidrosedimentologica em uma bacia agrícola sob plantio direto para simular cenários utilizando o modelo WATEM SEDEM. Todos os cenários com medidas de conservação reduziram erosão e produção de sedimento. A implementação de plantio em nível e terraceamento foram as medidas com maior impacto na redução do processo erosivo. Os resultados demonstram que perdas de solo devido a processos erosivos são significantes e insustentáveis em bacias agrícolas no sul do Brasil e que a erosão é exacerbada pela falta de informação dos produtores e uso isolado de medidas conservacionistas sem que haja um esforço coordenado em escala de bacia. O segundo estudo teve como objetivo propor uma forma eficiente de determinar o atual fator P por meio da modelagem, além de alvitrar medidas conservacionistas para melhor atender as práticas atuais. Dessa maneira, cumpre expor que foram selecionadas quatro áreas totalizando 25 km2, representativa das diversas propriedades presentes no local. A eficiência da semeadura atual foi determinada relacionando o ângulo entre as linhas de semeadura e as curvas de nível do terreno. No segundo estudo, foram obtidos valores de P acima de 0,8 em 60% da área, indicando semeadura em desnível em grande parte das lavouras. Essa técnica mostrou ser uma ferramenta importante para a determinação do fator P de forma rápida e espacializada, com potencial de uso em grandes áreas, pois uma determinação eficaz do fator P pode resultar em redução do potencial de erosão. Diante desses resultados, é possível afirmar que medidas de conservação não devem ser tomadas como ações isoladas, mas sim associadas a outras práticas adequadas para cada tipo de uso do solo. A utilização de modelos matemáticos de erosão pode ser uma importante ferramenta de suporte na tomada de decisões de gestão ambiental e a metodologia desenvolvida para a determinação do fator P em SIG pode auxiliar modelos matemáticos a simular os impactos das práticas conservacionistas sobre os processos erosivos de maneira mais representativa. Sendo assim, a modelagem em escala de bacia deve ser mais difundida no Brasil a fim de promover práticas agrícolas sustentáveis, reduzindo o impacto antrópico na degradação do solo e da água.
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