Crescimento inicial de Bauhinia forficata Link. e Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek produzidas com insumos biológicos
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar o potencial dos insumos biológicos Trichoderma spp. e vermicomposto bovino no crescimento inicial das espécies Bauhinia forficata Link. e Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek, visando o desenvolvimento de técnicas alternativas para produção de mudas de espécies medicinais. Os ensaios foram conduzidos na Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária em Santa Maria, RS. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 40 repetições para cada espécie. Diferentes isolados fúngicos (Tricho1, Tricho2, Tricho 13, Tricho 33 e Tricho 10) do gênero Trichoderma foram inoculados em substrato MecPlant® e Carolina Soil® constituindo os tratamentos testados nos ensaios para a produção de B. forficata e M. ilicifolia respectivamente. Para a produção de B. forficata e M. ilicifolia com vermicomposto, foram testadas diferentes proporções de vermicomposto bovino (0, 20, 40, 50, 60 e 80%) e solo não estéril. As variáveis altura, diâmetro do coleto e número de folhas das mudas foram avaliadas para aos 45, 90 e 135 dias para B. forficata e aos 90, 120, 150 e 180 dias após semeadura para M. ilicifolia. Para B. forficata avaliou-se também o teor de clorofila nas três épocas citadas, a sobrevivência, área foliar, massa seca total, aérea e radicular, relação biomassa seca da parte aérea e radicular e Índice de Qualidade de Dickson aos 135 dias. A sobrevivência de mudas de M. ilicifolia foi realizada aos 180 dias. A comparação de médias foi realizada pelo teste de Kruskal-Wallis (α=0,05) tendo em vista que os pressupostos de normalidade e homogeneidade das variâncias não foram atendidos, exceto para área foliar de B. forficata que foi submetida ao teste Tukey (α=0,05). A utilização dos insumos biológicos Trichoderma spp. e vermicomposto foram eficientes para promover o crescimento inicial de Bauhinia forficata em casa de vegetação. As variáveis que melhor expressaram esse efeito, para ambos os insumos, foram altura e diâmetro do coleto a partir dos 90 dias e área foliar. De modo geral, o isolado Tricho 13 demonstrou ser mais eficiente em relação aos demais isolados testados. Verificou-se uma tendência de os tratamentos constituídos por proporções mais altas de vermicomposto (50, 60 e 80%) apresentarem melhores resultados nas variáveis estudadas, devido às melhorias das características físico-químicas e biológicas do substrato. Em relação à M. ilicifolia, a utilização dos insumos Trichoderma spp. e vermicomposto apresentaram respostas distintas na produção de mudas. A inoculação de Trichoderma spp. no substrato não promoveu o crescimento das mudas. Acredita-se que tenha ocorrido algum tipo de interação negativa entre a M. ilicifolia e Trichoderma spp. durante o processo de germinação. O uso das proporções de vermicomposto (20, 40, 50 e 60%) promoveu o crescimento das plantas, no entanto, verificou-se que o crescimento lento da espécie associado ao maior volume de vermicomposto com a proporção de 80% implicou em perdas de substrato.
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