Conservação da qualidade de maçãs mutantes de ‘gala’ tratadas com fitorreguladores e armazenadas em atmosfera controlada dinâmica
Resumo
Devido à colheita de maçãs ser concentrada em curto período, faz-se necessário o
armazenamento de uma grande parte dos frutos para regulação do mercado. Existem tecnologias
de armazenamento em desenvolvimento, como a atmosfera controlada dinâmica com quociente
respiratório (ACD-QR), a qual precisa ser avaliada em diferentes temperaturas e em frutos com
aplicação de fitorreguladores como o 1-metilciclopropeno (1-MCP), a aminoetoxivinilglicina
(AVG) e o ácido naftaleno acético (ANA). Esta tese é composta por quatro artigos científicos
que resultaram de trabalhos com os seguintes objetivos: Avaliar a produção de compostos
voláteis em maçãs ‘Galaxy’ e ‘Royal Gala’ armazenadas em ACD-QR, atmosfera controlada
dinâmica com fluorescência de clorofilas (ACD-FC), atmosfera controlada (AC) convencional
e com aplicação de 1-MCP; avaliar se a ACD-QR e a ACD-FC permitem utilizar temperaturas
mais elevadas para o armazenamento das maçãs; avaliar o efeito da aplicação da AVG (0,83 kg
ha-1) em combinação com o ANA (40g ha-1), bem como o efeito do 1-MCP na produção de
compostos voláteis e qualidade físico-química dos frutos armazenados em ACD monitorada
com fluorescência de clorofilas e com quociente respiratório; identificar se o estresse por baixa
pressão parcial de O2 durante o período de cálculo do quociente respiratório possui efeito na
conservação da qualidade de maçãs. Foram utilizadas maçãs ‘Galaxy’ e ‘Royal Gala’,
armazenadas por nove meses mais sete dias de exposição à temperatura de 20 °C. Pode-se
destacar que a maçã ‘Galaxy’ quando armazenada em ACD com QR 1,5 (ACD-QR1,5) manteve
melhor qualidade, do que o armazenamento em AC convencional com pressões parciais de O2
ultrabaixas (ULO – 0,4 kPa CO2) e em ACD-FC, além de aumentar a produção de ésteres
responsáveis pela formação do aroma. Além disso, a aplicação de 0,625 μL L-1 de 1-MCP
reduziu a concentração de compostos voláteis, mesmo em frutos armazenados em ACD-QR1,5.
A ACD-FC teve efeito similar ao armazenamento em ULO com 0,4 kPa de O2. A ACD-QR1,3
e a ACD-FC permitiram armazenar a maçã ‘Galaxy’ em temperatura mais elevada (2,0 e 2,5
°C) do que a normalmente recomendada (1,5 °C). Além disso, a aplicação de 1-MCP não teve
efeito adicional em maçãs armazenadas com temperatura mais elevada quando em ACD. A alta
temperatura (2,0 e 2,5 °C) pôde ser usada em ACD-QR1,3 sem perda na produção de compostos
voláteis importantes. No armazenamento em ACD-QR, o estresse causado pelas baixas pressões
parciais de O2 a que os frutos são submetidos durante o período de cálculo do QR (13 h), que
pode atingir 0,0 kPa, possuiu efeito benéfico, pois manteve firmeza da polpa mais elevada,
menor incidência de polpa farinácea e podridões, comparado aos frutos que não sofreram esse
estresse por baixo O2. O armazenamento de maçãs ‘Royal Gala’ em ACD-QR1,3 e ACD-FC
tratadas em pré-colheita com AVG e ANA não aumentaram a concentração de compostos
voláteis. Entretanto, a aplicação associada de AVG e ANA e o armazenamento em ACD-QR1,3
ou ACD-FC foram excelentes alternativas para a conservação dos frutos, pois mantiveram a
firmeza da polpa, reduziram os distúrbios fisiológicos, proporcionando maior volume de frutos
sadios.
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