Estradas paisagísticas: estratégia de promoção e conservação do patrimônio paisagístico do Pampa Brasil - Uruguai

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Data
2017-04-05Primeiro membro da banca
Achkar, Marcel
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A justificativa mais importante desta pesquisa é a existência de um bioma com geo-bio-sociodiversidade tão singular como o Pampa com índices tão baixos de conservação. No Rio Grande do Sul restam apenas 40% de campo nativo, e no Uruguai esse valor cai para 20%. Para reforçar, nem 1% do território do Pampa gaúcho está sob algum tipo de proteção legal. Esses números, somados ao grande interesse do capital externo em explorar economicamente a área, apresentam um risco enorme para a paisagem e principalmente para as pessoas que vivem e dependem econômica e culturalmente do Pampa. Empreendimentos relacionados à silvicultura e à mineração, além de acelerarem o processo de degradação do bioma, impedem que unidades de conservação sejam implementadas. Nesse sentido, buscando alternativas em exemplos já consolidados na Espanha com as carreteras paisagísticas ou nos EUA com a Blue Ridge Parkway, pensou-se que as estradas que cortam o Pampa poderiam servir para ressignificar o território e construir novas formas de perceber e conhecer a paisagem. Ainda que a figura de “estrada-parque” esteja presente no Sistema Estadual de Unidades de Conservação do Rio Grande do Sul, pensar no potencial de uma estrada como meio para interpretação da paisagem ainda é algo pouco representativo. Acredita-se, no entanto, que as paisagens do Pampa tenham um enorme potencial que pode ser aproveitado a partir de uma rede de estradas já existentes e que atravessam esse grande conjunto paisagístico, o qual, todavia, é negligenciado pelas políticas de conservação. Diante disso, surgem as questões e o objetivo geral da tese: identificar e caracterizar o patrimônio paisagístico de estradas do Pampa Brasil-Uruguai com vistas a subsidiar as políticas de conservação e ampliar a divulgação e a valorização do potencial turístico deste território. Dentre os objetivos específicos buscou-se compreender e mapear a diversidade paisagística do Pampa, identificando e propondo uma divisão dessa ecorregião em ecoprovíncias. A opção por uma pesquisa com área de estudo tão ampla foi com certeza um dos maiores desafios. Os procedimentos metodológicos e operacionais constituíram-se em pesquisa qualitativa de caráter exploratório (a partir de pesquisas bibliográficas e de legislação nacional e internacional) e quantitativa, realizada mediante ficha de avaliação paisagística, aplicada em campo. Foram realizados trabalhos de campo que resultaram em mais de 6 mil quilômetros percorridos pelas estradas do Pampa uruguaio e brasileiro, além da identificação de 42 locais de interesse paisagístico e de 4 trechos de estradas paisagísticas interpretados: Guaritas, Palmares, Sierra de Minas e Mesetas. A interpretação através de folhetos (folders) tem por intenção fazer com que as pessoas (população local e viajantes/turistas) conheçam o seu patrimônio, pois como afirma Tilden (1957, p.38): “Por meio da interpretação, o entendimento; por meio do entendimento, o apreço; por meio do apreço, a proteção”.
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