Estresse oxidativo em aegla longirostri (decapoda, anomura): efeito da temperatura e qualidade da água
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2017-03-24Metadatos
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A poluição consequente de atividades antrópicas tem causado alteração dos ecossistemas
terrestres e aquáticos. Porém, devido a posição que ocupam na paisagem, ambientes
límnicos estão propensos a receber grandes cargas de poluentes, como por exemplo
pesticidas. Isto, aliado a menor capacidade de diluição, potencializa os efeitos nocivos de
substâncias tóxicas aos organismos que ali habitam. Além disso, a temperatura em
ascendência, reflexo da alteração climática global, também exerce influência direta e indireta
em estudos ecológicos, uma vez que afeta especialmente organismos ectotérmicos que vivem
em corpos d’água continentais. A diminuição de oxigênio na água, geralmente associada à
temperatura mais alta, por exemplo, é responsável pela baixa qualidade de alguns habitats
aquáticos, ameaçando organismos mais sensíveis. A poluição e variações na temperatura
têm restringido o hábitat de muitas espécies de crustáceos do gênero Aegla às nascentes,
visto que possuem preferência por água límpida e bem oxigenada. Estas variáveis influenciam
o metabolismo e o comportamento de Aegla, podendo alterar o estado oxidativo e
consequentemente a sobrevivência desta espécie caso seu ambiente seja alterado. Desta
forma, avaliaram-se os efeitos da variação de temperatura, da qualidade da água e da
concentração de oxigênio sob parâmetros comportamentais e de estresse oxidativo (através
de biomarcadores) em brânquias, hepatopâncreas e músculo de Aegla longirostri. Os animais
foram expostos, em condições laboratoriais, a temperaturas de 18ºC, 21°C, 24°C e 26ºC
durante 48 horas; foram analisadas as respostas comportamentais, letalidade e o sistema de
defesa antioxidante no crustáceo de água doce A. longirostri. Além disso, verificamos as
alterações no sistema antioxidante induzidas por hipóxia moderada (2,5 ppm OD) e grave (1,5
ppm OD) e em águas de diferentes qualidades (antropizadas e naturais) e também as
respostas comportamentais e a letalidade. O aumento da temperatura afetou
significativamente não só a resposta comportamental, mas também os níveis de quase todos
os antioxidantes testados em A. longirostri em diferentes tecidos. Nós demonstramos que a
variação na temperatura, mesmo em um experimento a curto prazo, é capaz de induzir uma
alteração no comportamento de atividade e no tempo de reação dos crustáceos. A atividade
antioxidante em animais expostos à hipóxia moderada e grave aumentou em relação àqueles
com oxigenação constante. Esses resultados demonstram que esses animais realmente
exigem águas bem oxigenadas para sobreviver e que uma menor oxigenação afetaria o seu
sistema antioxidante e consequentemente a sua sobrevivência, podendo assim impactar as
populações de A. longirostri. Águas antropizadas têm o potencial de alterar o comportamento
desses eglídeos, diminuindo sua atividade durante à noite, podendo comprometer o seu
comportamento de forrageio, por exemplo. Além disso, fica evidente, através do aumento da
atividade e do nível da maioria dos biomarcadores avaliados, que esses animais são sensíveis
à presença de pesticidas mesmo que estes estejam presentes em quantidades muito
pequenas.
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