Perfil epidemiológico de sífilis congênita no Hospital Universitário de Santa Maria de 2010 a 2014
Resumo
O objetivo deste estudo é identificar e descrever os casos notificados/investigados de sífilis congênita no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) no Estado do Rio Grande do Sul-Brasil, no período de 2010 a 2014. Constitui um estudo retrospectivo, transversal, no qual avaliou dados secundários encontrados nas fichas notificação/investigação do Sistema Informação de Agravos de Notificação (SINAN) de sífilis congênita. Foram avaliadas 128 fichas de notificação/investigação de Sífilis Congênita. O instrumento de pesquisa foi elaborado com base nas fichas de investigação de sífilis congênita e em gestantes, os dados coletados construiu-se um banco de dados o qual foi submetido à análise estatística descritiva. As variáveis analisadas consistiram relativas a genitora: sociodemografica; realização do pré-natal; período do diagnóstico materno, realização de teste não treponêmico no pré-natal e no parto; teste treponêmico pré-natal e parto; tratamento realizado na gestante, tratamento do parceiro. As variáveis referentes à criança são idade, cor, sexo teste não treponêmico, alteração liquórica, teste não treponêmico no liquor; diagnóstico radiológico da criança; diagnóstico clínico; esquema de tratamento na criança; evolução do caso. Como resultados: foram notificados 128 casos de sífilis congênita no período de estudo. As gestantes analisadas tinham faixa etária de 20 a 35 anos, da cor branca, nível de escolaridade de 5º a 8º serie incompleta, realizaram o pré-natal, diagnóstico realizado no 3º trimestre ou no parto, com tratamento inadequado e com parceiros que não foram tratados. Os recém-nascidos eram do sexo masculino, brancos, foram notificados em até sete dias da data de nascimento, teste treponêmico no sangue periférico reagente e assintomáticos na maior parte dos casos. Três casos com exame não treponêmico no liquor reagente, seis com alteração liquórica e um caso com alteração no Raio X dos ossos longos, sendo que mais da metade dos casos recebeu tratamento com penicilina cristalina por 10 dias. Com isso, conclui-se que persistindo a transmissão vertical, verificou-se falhas na rede de atenção à saúde voltada para um pré-natal de qualidade.
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