Representações semióticas mobilizadas no estudo da área do círculo no ensino fundamental
Abstract
Esta pesquisa objetiva analisar os registros de representação semiótica e as apreensões sequencial, perceptiva, discursiva e operatória mobilizadas por estudantes do 9° ano do Ensino Fundamental no estudo da área do círculo. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 1986) em uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Erechim/RS. A produção dos dados ocorreu por meio de duas coleções de livros didáticos (LD) adotadas pela Escola no ano letivo de 2016 – uma destinada aos anos iniciais do Ensino Fundamental, denominada Novo Girassol: saberes e fazeres do campo (Coleção A), e outra, aos anos finais, intitulada Vontade de Saber Matemática (Coleção B) –; do caderno de dois alunos de cada uma das nove turmas, do 1º ao 9º ano, da Escola; e de uma sequência de atividades desenvolvida com os alunos do 9º ano da Escola, constituída por 29 itens versando sobre a obtenção da área do círculo a partir do princípio da exaustão, com a utilização de material manipulável e do software GeoGebra. Na intenção de estabelecer inferências acerca do estudo da área do círculo no Ensino Fundamental, com base nos preceitos da análise de conteúdo (BARDIN, 2016), constatou-se que a área do círculo foi trabalhada apenas no LD do 9º ano, enquanto, nos anos anteriores, principalmente nos anos iniciais, exploravam-se as características do círculo e buscava-se diferenciá-lo das demais formas planas. As atividades identificadas envolveram as apreensões perceptiva (72,55%), discursiva (1,96%) e operatória (37,25%), com mobilização de registro em língua natural (RLN) e registro figural (RFg) nos enunciados. Por meio da análise dos cadernos, detectou-se que a área do círculo foi desenvolvida no 8º e 9º anos, mobilizando apenas a apreensão perceptiva e operatória em questões que se repetiam nesses dois anos escolares. A perceptiva foi empregada em todas as atividades, enquanto a operatória (50%), apenas para determinar a área da coroa circular. No que se refere às representações, verificou-se que, nessas duas fontes de dados, com exceção de uma atividade, o RLN foi empregado apenas nos enunciados, e os tratamentos enfatizaram registros algébricos (RAl) e numéricos (RNm). A sequência de atividades envolveu a reconfiguração da área do círculo na forma aproximada de retângulo e a inscrição de polígonos no círculo, a fim de manipular diferentes registros de representação semiótica, articulando especialmente o RFg e o RAl. Ainda no que tange à sequência, concluiu-se que todas as apreensões foram mobilizadas, mantendo a prevalência da perceptiva (95,24%), mas com aumento expressivo da discursiva (34,52%) e da operatória (32,14%). Além disso, observou-se a mobilização simultânea de mais de uma apreensão em várias respostas dos protocolos (53,57%), sobretudo pelo fato de empregarem o RLN, acompanhado concomitantemente por mais de um registro de representação, com destaque ao RFg, RAl e RNm, o que caracteriza a conversão.
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