Morfologia e componentes produtivos da soja em arranjos de plantas
Resumo
O objetivo deste projeto foi caracterizar o crescimento, desenvolvimento e produtividade de duas cultivares de soja, de diferentes hábitos de crescimento, em diferentes arranjos espaciais de plantas e determinar um índice de área foliar mínimo para cada distribuição de plantas. Foram conduzidos experimentos na área experimental do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (29º 43´ S, 53º 44’ W), nos anos agrícolas de 2015/2016 e 2016/2017. O primeiro trabalho consistiu em um experimento conduzido num esquema fatorial 2x4, em que o primeiro fator foi duas cultivares, e o segundo fator quatro modos de distribuições de plantas: espaçamento convencional (espaçamento de 45 centímetros entre fileiras), espaçamento reduzido (espaçamento de 22,5 centímetros), espaçamento pareado (duas fileiras espaçadas em 22,5 centímetros e espaçadas a 45 centímetros de outras duas fileiras) e espaçamento cruzado (espaçamento de 45 centímetros entre fileiras com cruzamento de fileiras em ângulo de 90º). O segundo trabalho consistiu de oito experimentos para cada cultivar, sendo um experimento para cada cultivar em cada arranjo de plantas em cada ano agrícola, no delineamento blocos ao acaso num fatorial 2x4, em que o primeiro fator representa duas épocas de desfolha (R2 e R5), e o segundo fator, as intensidades de desfolha (0, 33, 67 e 100%). Nos dois experimentos foram avaliadas características relacionadas ao crescimento (área foliar, tempo de vida dos trifólios, plastocrono e número de nós), fenologia, e componentes da produtividade. A arquitetura a planta de soja é afetada pelo espaçamento entre fileiras de semeadura, uma vez que o arranjo de plantas influencia o comportamento de variáveis ecofisiológicas como plastocrono, tempo de vida das folhas e IAF. O tempo de vida das folhas em cada estrato é resultado do ritmo de senescência foliar, que é explicado por um padrão polinomial de 4ª ordem. Cada espaçamento apresenta contribuições diferenciadas de cada estrato do dossel para a produtividade de grãos, sendo que espaçamentos mais largos apresentam uma distribuição da produção mais homogênea entre os estratos. Devido às características de plasticidade da planta de soja, como a capacidade de emitir ramificações e aumentar a produção na haste principal, a modificação no espaçamento convencional não apresenta ganhos de produtividade. A cultivar indeterminada tem maior tolerância a perda de área foliar em R5 por possuir IAFc (média de 3,83) menor que a cultivar determinada (média de 4,34). O espaçamento convencional apresenta o menor IAFc em R5 (média de 3,78). O estágio R5 é o momento fenológico mais sensível a perdas nos componentes de produtividade, sendo o número de legumes o componente com a maior capacidade compensatória da produtividade. A fixação de flores é de até 70% com reservas acumuladas durante o período vegetativo, enquanto que a fixação de legumes pode chegar a 35% com as reservas acumuladas até este período.
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