A influência das capacidades dinâmicas de inovação de serviços no desempenho de startups brasileiras
Resumo
Um dos dilemas mais antigos e recorrentes no contexto acadêmico da gestão
econômica e estratégica, e que motiva pesquisas nas mais renomadas instituições ao
redor do globo, é a compreensão das características e fatores que impulsionam o
sucesso comercial e a perpetuidade das organizações. Apesar da complexidade que
envolve essa questão, sabe-se que a inovação é de fato uma condição sine qua non
para a geração de novas tecnologias, para o aumento de produtividade e,
consequentemente, fator determinante para a geração de vantagens competitivas
para as empresas e para o progresso econômico das nações. Uma vez que a inovação
é compreendida como a combinação de meios produtivos para gerar um produto (bem
ou serviço) novo ou significativamente melhorado, o objeto de gestão passa a ser, não
a inovação em si, mas os processos organizacionais que geram esses resultados
inovadores. Neste sentido, este trabalho dedica-se a analisar como startups
brasileiras provedoras de serviços adquirem, convertem e aplicam conhecimento
nestes processos por meio de um conjunto de competências denominado
Capacidades Dinâmicas de Inovação de Serviços (DSICs) e, em última instância, de
que forma estas capacidades influenciam o desempenho destes negócios. Esta
análise faz-se importante pois a economia contemporânea é ao mesmo tempo,
economia de serviços e economia de inovação e as startups são protagonistas desta
nova era, dado que a essência do seu modelo organizacional é a inovação.
Participaram desta pesquisa, 137 startups de todas as regiões brasileiras, as quais
foram submetidas a investigação descritivo-exploratória seguindo o modelo proposto
por Janssen, Castaldi e Alexiev (2016). Como resultados deste estudo, tem-se,
primeiramente, a compreensão do perfil destas organizações e seus gestores. Em
seguida, certificou-se a validade do instrumento para a realidade pesquisada. Por fim,
os resultados das análises estatísticas apontam que as DSICs e suas dimensões
estão presentes nas startups, geralmente em alto grau, e exercem influência sobre o
desempenho das organizações analisadas, principalmente em termos de retorno em
patrimônio líquido, lucro, volume de negócios e participação de mercado. Entretanto,
diferentemente do verificado no estudo primário com uma amostra heterogênea de
organizações, as DSICs não apresentaram relações satisfatórias com o
comportamento das receitas das startups, o que conduz ao entendimento de que a
presença destas capacidades neste contexto é insuficiente para determinar, por
exemplo, o desempenho específico de inovação. Esse resultado sugere a existência
de outros antecedentes que, somados as DSICs, devem influenciar o desempenho
dos produtos inovadores, os quais precisam ser analisados em estudos futuros.
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