Subsídios para o manejo da regeneração natural de Cabralea canjerana (Vell.) Mart. em floresta secundária, RS
Resumo
Cabralea canjerana (canjerana) é uma das espécies mais importantes da Floresta Estacional Decidual do Rio Grande do Sul. Embora tenha sido muito explorada no passado pelo seu uso ou para limpeza de áreas para lavouras, devido ao abandono das áreas agrícolas, atualmente é comum encontrar populações jovens de canjerana sob alta densidade em fragmentos florestais secundários, principalmente sob o dossel, pela espécie pertencer ao grupo das secundárias tardias. Diante disso, os objetivos deste trabalho foi testar a influência da técnica de liberação no crescimento de uma população em estágio de regeneração natural em uma floresta secundária em Silveira Martins, RS, conhecer os motivos porque algumas plantas apresentaram flambagem do fuste após a liberação e verificar a plasticidade morfológica da espécie em diferentes luminosidades. Em uma área de 1925 m² foram medidas a altura total e o diâmetro a 10 cm do solo de todas as plantas. A liberação foi realizada por meio de corte raso em uma área de 750 m², onde foram eliminadas todas as espécies diferentes à canjerana. As variáveis diâmetro a 10 cm do solo e altura foram mensuradas anualmente por quatro anos. Na última avaliação, foram mensuradas também as variáveis diâmetro e comprimento da copa, altura de inserção dos galhos e as plantas foram classificadas de acordo com a sua posição sociológica (emergentes e dominadas). O incremento periódico em diâmetro e altura foi superior em plantas liberadas, contudo, a liberação surte maior efeito quando realizada em plantas com até 1 metro de altura. Árvores emergentes apresentaram maiores incrementos que árvores dominadas. A manutenção da competição influenciou a copa das árvores, sendo que árvores não liberadas apresentaram copas mais curtas e estreitas, aumentando a proporção de fuste livre de galhos. A liberação causou flambagem do fuste em algumas árvores, porém estas apresentaram capacidade de reiteração após a poda de condução. A canjerana apresentou características xeromórficas nos folíolos expostos à maior luminosidade, como redução da área foliar, maior espessura do limbo e redução nas dimensões do folíolo. Os padrões de clorofilas a, b e carotenoides foram semelhantes para todas as condições de luz, evidenciando também a plasticidade fisiológica da espécie e sua capacidade de adaptação às diversas condições de luz.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: