Avaliação dos procedimentos para determinação de teor de ligante e granulometria em concretos asfálticos de diferentes faixas granulométricas e origens mineralógicas
Resumo
A averiguação de teor de ligante e granulometria de misturas asfálticas são de suma importância no
controle tecnológico do processo construtivo. Esses garantem um bom desempenho do pavimento
em sua vida útil. Para obtenção de teor de ligante é realizado, entre outros, o ensaio de extração de
betume normatizado na DNER ME 053/94, que é um ensaio de baixo custo e de procedimento
simples. Vêm-se destacando atualmente uma alternativa de maior precisão, o método da ignição,
ainda sem norma brasileira vigente, com normas norte-americanas ASTM D 6307:2010 onde são
utilizados fornos de ignição. A análise granulométrica tem norma brasileira DNER-ME 083/98,
podendo ser realizada com amostras finais de extração de ligante. Foram utilizadas rochas de
diferentes origens mineralógicas do Rio Grande do Sul. Utilizou-se CAP 50-70 para as misturas em
todas as rochas, além de uma utilizando AMP 60/85. Para cada uma das 6 rochas, foram
confeccionadas 30 amostras para o método da ignição e 30 amostras para a extração com a
centrífuga, utilizando duas faixas granulométricas, B e C do DNIT, com 15 amostras para cada faixa,
sendo 5 para cada variação de teor de ligante: um traço com teor de projeto e mais 2 traços com
maior e menor quantidade de ligante em relação ao projetado. Após cada extração, foi realizada a
análise granulométrica de cada amostra. O forno de ignição por convecção apresentou bons
resultados nas suas duas metodologias normatizadas, A e B. O fator de calibração utilizado foi
confirmado como parte fundamental para garantia da acurácia de seus resultados com a metodologia
vigente, sendo esse fator CF uma compensação da perda de massa do agregado durante o processo
de queima da amostra no forno, onde cada agregado possui uma distinta necessidade de correção
devido a diferenças mineralógicas. Foi indicada na pesquisa uma alternativa para a metodologia
atual, composta por equações obtidas por regressão linear dos dados brutos de teor de ligante do
forno de ignição, independendo então da fase de calibração. Os resultados de teor de ligante e
granulometria mostraram maior dependência da origem mineralógica do agregado utilizado na
mistura. As amostras com CAP 50-70 e AMP 60/85 diferenciaram-se nos valores de CF nos dados do
forno, com valores menores que os das misturas com o ligante convencional. No caso da centrífuga,
as misturas com AMP 60/85 mostraram queda na eficiência em comparação ao CAP 50-70. Os dados
do forno de ignição mostraram boa resposta frente a variações de teor de ligante nas misturas,
respeitando o limite de variação de teor de ligante de 0,3% e muito próximas ao valor de projeto,
assim como as curvas granulométricas, muito próximas à curva de projeto e dentro da faixa de
trabalho. Os dados de obtenção de teor de ligante com a centrífuga não apresentaram boa resposta
nas diferentes variações das misturas impostas na pesquisa, com baixa acurácia e também baixa
precisão. A extração incompleta do ligante da centrífuga provocou alteração direta nos dados de teor
de ligante e distorção nas curvas granulométricas proporcionadas pelas amostras pós-extração. Nos
dados da centrífuga também não foram constatados padrões ou resultados que apontem a absorção
como fator preponderante nos dados de teor de ligante e granulometria. A variação de teor de ligante
nas misturas teve grande influência nos dados de obtenção de teor de ligante e granulometria da
centrífuga: misturas com baixo teor de ligante apontaram valores acima do teor de projeto e misturas
com adição de ligante apresentaram resultados abaixo do teor de projeto. O forno de ignição é
indicado como uma ótima alternativa ao método que utiliza a centrífuga por ter apresentado dados
com elevada acurácia e precisão na obtenção de teor de ligante e análise granulométrica.
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